O cérebro engana-nos ou só nos faz ver o que quer que vejamos?
(Mensagem recebida)
Vá lá saber-se porquê! Meu admirador preferido, saiba que hoje o meu pensamento está rambóia, acontece-me, que quer, vejo agora no céu uma casa de nuvens pintada em tons de pérola fosca que é pousada de poemas e de vida, sou assim, pensar é uma arte que um ser humano aprende de forma mais difícil que todas as outras artes, Rousseau dixit, adiante. Pense em mim com esta música em fundo e sentirá num arrepiar de alma a recôndita harmonia de mim, ainda não percebeu que eu navego em si sem bússola? Mesmo? É isso que está a magicar ao olhar para a imagem que lhe envio, pois não é? Na imagem (acima) está um músico a tocar de improviso, certo? Não? O quê? Vê o José Sócrates? Não! Céus, só pode ser por causa do nariz, deuses, também eu, acudam tropecei numa gargalhada e estatelei-me ao comprido, meu rico joelho. Ups, aninhei-me num sentimento de ternura, vida, também eu, queria eu dizer, também eu estou na imagem, acaso já me viu? O cérebro tem destas coisas, seja, os sentidos captam informação da realidade e o cérebro (que é assim a modos que um enorme território movediço) encarrega-se de organizar a informação de acordo com o que lhe dá jeito, aprendi isso há muito e muito tempo quando perorei à volta do "triângulo de Kanizsa". A sério? Jura? Nunca ouviu falar naquele triângulo? E na "ilusão de Ponzo"? Também não! Oh, oh vida minha, são duas ilusões ópticas muito conhecidas, adiante. Lhe quero hoje dizer que desta capacidade do cérebro souberam (muito e muito bem) os pintores impressionistas tirar partido: záscatrapáz, uma série de pinceladas numa tela e o nosso cérebro não está com meias medidas, faz emergir da tela um rosto, considere, por exemplo, os autorretratos de Vincent van Gogh. Mais, o teste de personalidade "Rorschach" tem o seu fundamento nessa mesma capacidade do cérebro. Minha Nossa Senhora, diz-me que passa horas a ver se me encontra em obras de arte? Vida minha, céus, mas não sou eu uma obra de arte? Claro que sim, sou, o meu nome é uma espécie de fusão de letras, e sou esmeralda, de nascença, embrulhada em poalha de ouro por dever de ofício, e gosto. Para terminar, que esta mensagem vai longa. O que eu gostava mesmo era de reaprender o mundo em prisma novo, gostava de viver numa ilha resumida, adoraria ver uma bátega de sol a resolver-se em cisne, quão feliz eu seria se um sorriso meu, embrulhado em cheiros de alecrim e alfazema, harmonizasse o universo. Bom dia!
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