"A arte é a necessidade humana de cristalização" - E. Munch

(mensagem recebida)

Bem, a ver se a gente se entende, meu caro admirador da minha perspicácia, essa sua ideia de me provocar dia dia sim para eu lhe falar de emoções e sentimentos (e mais e que tais e mais) tem-me deixado de nariz empinado, mas gosto, o resultado está a sair-me melhor que a encomenda. A imagem que hoje lhe envio é uma cópia de uma pintura de Edvard Munch "Mulheres numa ponte". Deuses, quando vi a pintura, olhei e olhei, e: raios eu podia estar ali, pode lá ser, vou saber mais sobre esse tal de Edvard Munch. Nossa Senhora da Criatividade, quase tropecei nos meus olhos grandes quando li um parágrafo que testemunhava que a arte, para Munch, era uma necessidade íntima, dizia ele: "Não acredito na arte que não exista por causa da necessidade de uma pessoa abrir o seu coração. Toda a arte - a literatura como a música - deverá ser engendrada com os sentimentos mais profundos. Arte são os sentimentos mais profundos". E eu concordo com ele! Um nosso sentimento saudável, ainda que um único como um acorde, admite em si as notas fundamentais sobre as quais está fundamentada toda a nossa vida. Se ele foi um pintor de emoções e de sentimentos? Bingo, nem mais, foi um pintor de estados de alma, estados de alma que ele traduzia na pintura através de arquétipos. Céus, estou queda e muda, vida, um arquétipo de mim está naquela ponte, tenho a certeza, eu seja ceguinha de gota serena se não é, digo, se não está, acudam, veio-me à pele uma mágica sensação de frescura e sinto na brisa suave os meus olhos a tremeluzir de emoção, o meu coração não aguenta, apetece-me gritar, mas não grito!

Notinha

Ainda lhe digo, meu admirador, que, para Munch, a arte também era uma forma de conhecimento, cito: "... tentei na minha arte explicar-me a vida e o seu sentido, e também pretendi ajudar os outros a entender a sua vida". Quando tiver tempo e vagar, demore-se, primeiro, por aqui e, depois, por aqui.