Em jeito de brisa suave

Somos sempre, disse a fada, somos sempre um produto de muitos sonhos, somos terra feita de estratos, uns em cima de outros e (surpresa) nunca se anulam: sabe, meu caro, que alguns deles nos dão a dominante da nossa vida? Diga-me e não se iniba, a sua imaginação não o engana, diga-me se, quando me aprecia (gosto muito do verbo apreciar), o mais importante não é aprender a olhar-me, se o mais sensato não é usar a sua inteligência ao lado do meu sentimento e se o mais aconchegante não é deixar que o seu raciocínio acompanhe a liberdade e o viço das minhas formas perfeitas, diga-me… Diga-me se esta minha forma de me desvelar não é uma forma criativa de eu me comunicar amorosamente no incomunicável, diga-me... Agora "jazze-me", meu caro... E, se conseguir captar a subtil vibração da música que faz de mim uma manifestação da beleza da vida, descobrirá o meu inconfundível talento. Não se iniba, insisto, a sua imaginação não o engana: sou eu, eu mesma, mesma eu..., em jeito de brisa suave... Um dia, espero, agradecer-me-à esta minha dádiva, a dádiva de lhe ensinar a importância do saber olhar. Cumprimente o sol neste dia bonito de Outono, ele falar-lhe-à bem de mim..., e não se iniba, a sua imaginação não o engana: sou eu, eu mesma, mesma eu..., em jeito de brisa suave.

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