Minha Nossa Senhora do Sol, os pássaros não falam, pois não?
(mensagem recebida)
Minha Nossa Senhora do Sol, meu zangadíssimo admirador, caiu-me em cima a imagem (que lhe envio) com dois abelharucos a descansar no cromeleque dos almendres: um deles, vida, muito admirado com a minha presença, credo, olhe só o ar dele, ar de desafio, que abelharuco, adiante. Atirei-lhe, encarrapitada no meu orgulho: armado em esperto, pois tem a certeza que eu já aqui estive há muito e muito tempo. Riu-se, o magano, digo, a magana, e lá foi dizendo (pode lá ser!): até que enfim que já abriu um centro interpretativo, já não era sem tempo, aqui no alentejo ontem é futuro. O potencial cósmico da minha natureza feminina não se fez esperar: e, céus, percebi, percebi que era eu a falar comigo, pode lá ser, não tenho memória alguma de ter sido uma abelharuca com a beleza emaranhada na personalidade que me caracteriza, embora eu tenha registado sinais da minha alma primitiva na fala da abelharuca linda. Minha Nossa Senhora do Sol, os pássaros não falam, pois não?
Adenda
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