Aparência e real são indistintos, coincidem
Still-Life with Fruit, Figure and Bottle, 1907 - Alexej von Jawlensky.
Registe, ouvi dizer a minha consciência crítica, registe que a tradução de "Still-Live" (para português) deve ser "Ainda-Vida" e não "Natureza-Morta". Porquê? Arrisquei perguntar-lhe, enquanto olhava a imagem projectada na parede branca do meu quarto com janela de guilhotina, uma cópia de uma pintura de Alexei von Jawlensky. E ela em jeito de provocação: a olho nu, percebe-se na imagem a existência de uma figura humana ansarinha e mielinosa que imprime vida à pintura. E eu: uma figura humana, sim, estou a ver e a sentir, até muito bem essa figura humana me recorda alguém que penso conhecer, disse ansarinha e mielinosa?! Ora essa, retorquiu tomando o pulso à minha pergunta, ansarinha porque é uma planta rosácea, quenopodiácea e apiácea (a propósito: recorda-se da taturana?), e mielinosa de mielina, nunca ouviu dizer que é a mielina que dá vida ao talento? Nunca em tempo algum ouviu falar na planta e não sabe o que seja a mielina, vida a minha!, o que eu passo consigo! Tem bom remédio, pesquise em veredas pouco trilhadas e com a ideia a tiracolo de que a mielina é essencial para o desenvolvimento da neuroplasticidade cerebral com o fito de enriquecer os talentos inatos, procure saber mais, esteja alerta, deixe que o seu cérebro improvise e encontrará o que deve saber. Não me fiquei, e: todo este arrazoado para me dizer que a figura humana que dá vida à pintura de Jawlensky tem o padrão da figura humana que mielinisa os meus neurónios e que dá sentido á minha vida? Sorriu satisfeita - a consciência não sorri, pois não? -, e disparou de chofre e à queima roupa (a sua misteriosa marca pessoana): aparência e real são indistintos, coincidem.
Adenda 1 - A fisiologia do talento.
Adenda 2 - Em dia de muita chuva: vou apreciar o talento de Michio Kaku (com memória por perto).
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