Um livro por dia (2)

A ideia de que o nosso cérebro é preguiçoso, não é de todo descabida, é verdadeira assim assim, só assim assim, mas justificada... Depois de reler um livro (que tive de adquirir de novo) confirma-se que temos duas formas de pensar, seja, dois sistemas operacionais no cérebro. (i) O sistema 1, que é reativo, é o garante do pensamento automático, rápido por isso mesmo. É neste pensamento rápido que são processadas as decisões intuitivas e até as decisões de especialistas (estes, dada a sua experiência depressa reconhecem algo ainda que complicado). Mais: trata-se de um sistema que se encarrega de agir quando alguém vive uma emoção com muita intensidade, o que dificulta ver as coisas com a clareza necessária. (ii) O sistema 2, o consciente, é onde mora o pensamento lento, precisa de tempo para chegar a uma conclusão: é ele que se encarrega de cálculos e medições, é aquele que obriga a concentração. O mais curioso disto tudo é que o nosso cérebro, tendo os dois sistemas, entende que relegar o sistema 2 para segundo plano. Porquê? Porque é preguiçoso, é preguiçoso por pura sobrevivência: consome 20% da glicose e do oxigénio que estão no nosso corpo, quando representa menos de 5% da massa do corpo. Ora aí está, para evitar um consumo excessivo, activamos - a maior parte do tempo - o sistema 1, seja: para evitar um consumo excessivo respondemos e agimos, a maior parte das vezes, de acordo com a primeira ideia que nos vem à cabeça, respondemos e agimos sem pensamento elaborado, é assim, que se há-de fazer!

Adenda

Muito eu gostaria de saber se quem esculpiu o seu cérebro, o esculpiu também com os mesmos dois sistemas, ou se o esculpiu adicionando-lhe um sistema 3, sistema 3, que misturando os dois anteriores, permite olhar e viver a vida de forma diferente e única: cheira-me que sim.