As linhas pensam e sonham com cores e são a pele das coisas
(Mensagem recebida)
Credo, meu ainda admirador de mim inteligente até dizer chega, que susto eu apanhei! Então não é que, quando vi (em sonhos vadios) a imagem que encima esta minha mensagem, disse de mim para mim: alguém me rapinou um desenho-tesouro do meu caderninho argolado, o raio da imagem é tal qual o meu desenho a que dei o nome de serpentina. Adiante. Pus os meus olhos grandes em estado de alerta e... Pois é, descansei-me, as linhas, serenas por fora e agitadas por dentro, pensam e sonham com cores, são a pele das coisas, como é que eu ainda não tinha dado por isso? Como é que pode ter acontecido, vida minha, se tanto eu gosto do Paul Klee e do Joan Miró? Isso, é isso, sei-o, acontece-me quando desenho, assim: uma linha encontra outra linha, páram, conversam, falam do prazer de ser linha, até de aventuras e insólitos caprichos se gabam, uma delas diz que faz surf, e aí vai ela onda para que quero (óbvio que estou a descrever o meu desenho serpentina), a outra e outras acompanham-na e divertem-se, aventuras de linhas, os meus desenhos são frutadas aventuras de linhas. Claro que sim, há linhas que sabem esperar, sonham com cores pitorescas a tiracolo, conheço uma delas que até se especializou em rostos e traçados de poesia: imagine só que um dia destes, como quem confidencia em surdina, riscou a coisa em si (de Kant) num poeminha de versos felizes e desenhou o rosto de Deus como quem pinta símbolos. Sei, meu admirador de mim e da minha feminina solicitude, sei mas não digo, não digo que quando as linhas se materializam, têm o arrojo, a vaidade, o segredo e o dom de se transformarem em lindas flores de horizontes abertos e lavados. E mais não digo, fique com o meu melhor sorriso, tenha um bom dia!
Adenda
Pergunta-me se as linhas também têm algo a ver com os ritmos da dança? Então não! Mais que muito...
Adenda
Pergunta-me se as linhas também têm algo a ver com os ritmos da dança? Então não! Mais que muito...
Comentários
Enviar um comentário