Qual é o segredo da vida humana?
(mensagem recebida)
Há dias, que quer, há dias em que não me entendo a mim, ontem foi um desses dias, Jesus, Maria, Santa Ana! Foi assim, azucrinaram-me o juízo... Pode lá ser, aventam que sim, que promover o teletrabalho é um avanço, que o teletrabalho mitigado (três dias em casa e dois no serviço, regime misto) é o dito novo normal (cretina ilusão, adiante), que o teletrabalho, hum, além de ser uma medida (inteligente) para combater a pandemia também é uma excelente forma de fundir o trabalho com a vida. Bem, fico-me por aqui, não vá eu perder a cabeça e dizer o que me vai na alma. Para acalmar os nervos, enquanto a noite caía, estive a ouvir isto com o meu sinuoso corpo em silêncio e de olhos colados nos meus quadros de Miró em anamorfose cronotópica, enquanto a minha mente viajava, solta e livre, em travessias de mim ((Deus meu diarístico, a palavra travessia está implícita na raíz da palavra experiência (de ex-perire: atravessar um perigo)), sinto-me voz apesar de mim mesma, adiante. Depois, à medida que a minha alma se aquietava, matutei e questionei-me: não será que a vida humana é ridícula se comparada com a beleza (e a incerteza) e a imensidade do Universo? Para me responder a mim, vida nua, para me responder a mim é que foram elas, assaltou-me um pico de criatividade em jeito de válvula de escape. Pensei muito - em si e nos seus ciúmes de mim e na via graça (que sorte a minha!) - e ouvi-me sussurrar baixinho: a vida uma humana não é ridícula quando comparada com as maravilhosas qualidades do Universo porque, graças (ups!) à nossa consciência humana (alô, António Damásio!), certos instantes não são tempo, são eternidade, são uma via graça, seja, nunca nada e nem ninguém poderá conseguir que esses instantes o não tenham sido; numa via graça o tempo dá-se sob a forma de narrativa, e quando um desses momentos acontece (em via graça), pumba, são favas contadas: é certinho que no Universo em expansão infinita só nós o sabemos. Aí tem, tal e qual, isso mesmo, assino por baixo: é ridículo pensar (tanto quanto quanto uns maduros e umas maduras que por aí andam a penates o apregoam em ditos bugigangas) que se é o centro do Universo. Claro que há uma desproporção patente entre a vida humana e vida do Universo, nada a objectar, mas sobra sempre um convite para a contemplação e para a reflexão, sobra sempre uma via graça para o mistério que representa o começo de tudo: aparência e real são indistintos, coincidem. Óbvio, é com o colorido fio de Ariadne que se demonstra o que a vida humana realmente é!
Notinha
Universo dos meus sonhos, vida minha, considere a mensagem sábia que o Multiverso (alô, Michio!) me acaba enviar em jeito oracular (pira-te rima de uma figa!): "A mente está organizada como uma sociedade. Se duvidas, põe os teus olhos em ti e sentirás que pensas em várias mentes e que várias mentes pensam em ti. E isso é o pensamento.". Quid juris?
Adenda
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