A poesia é um excelente veículo para rendilhar sujeitos de ficção


Caiu na minha minha caixa de correio digital a imagem acima (caiu sem qualquer uma informação adicional a acompanhar e sem remetente, ele há cada surpresa!). É uma imagem que ilustra e que reproduz o poeminha (que anteontem dei a lume); e, na imagem, pasme-se, também assinado com o meu nome (assinado, isso, assim: lms). Mais, para além da ilustração a cores com sabor a café de Proust, o poeminha foi escrito no jeito de água dormideira, foi escrito com letras de íntimo retorno à infância, com letras redivivas quase uterinas e (des)enovelando-se em forma de linhas-vides de casta escolhida. Disse, quase em delíquio, de mim para comigo: os ecos e as rimas internas do poeminha de anteontem devem ter chamado a atenção de alguém que prefere (sei eu lá bem porquê!) não se identificar... Corolário deste pensamento: ver um meu poeminha, rabiscado por uma mão (que não a minha), aprisionou-me o olhar - insólita maneira de me ver retratado - e, em saudade e ledo engano, vi nele uma fotocópia de mim, seja: caleidoscopiei, por dever de ofício, alguma da minha escrita, digo, folheei os meus cadernos escritos (e reescritos) à mão (para decifrar pegadas de mim): lembrei-me da superlativa deusa que iluminou Parménides, gostei! 

Adenda
... com música e memória e memória.

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