Anda por aqui o dedo do deus kairós, ai anda, anda...


(mensagem recebida
Minha Nossa Senhora do Gelo, quando ontem, meu admirador de mim sábia e inteligente e perfeita até mais não haver, quando ontem vi aqueles ursos brancos, náufragos e friorentos, arrepiei-me, brr, que frio, até corei, tão gelada estava. Vai daí, fui à cata de uma imagem de um campo de flores (que lhe envio), senti-me em casa quando a encontrei. Porquê? Sei eu lá bem porquê, sou assim, de nascença, que se há-de fazer, adiante. Ou, às tantas, até sei porquê, vamos lá, oiça, eu explico. Sempre que me aflijo, escolho uma circunstância, agarro uma oportunidade e vou direita à mãe natureza e aos seus contrastes, regresso a minha casa, à minha casa mãe. Não percebeu! Santa Maria da Natureza Florida, o que eu passo consigo! Atente. Nós, os seres humanos escolhidos, somos constituídos (rimou, ups!) por uma trindade: natureza, circunstância, oportunidade. Sei que sim, sei sim que sabe, sei que conhece o pensamento do Ortega y Gasset, o que não sabe é que por detrás de uma oportunidade existe um deus, o deus kairós, o deus do tempo oportuno, do tempo eterno e não linear, o deus de um tempo rápido, o deus de um tempo que precisa de ser agarrado. O dia me chama, mas ainda lhe digo que, na mitologia, o deus kairós era visto na inteligência de Atena, no amor de Eros e no vinho de Dionísio. Diga-me lá se não pensa o mesmo que eu: que inteligência, amor e vinho tudo têm a ver com natureza, circunstância e oportunidade? Diz-me que são as duas faces da mesma moeda? Pois, concordo, nunca tinha pensado nisso, deuses, inspiração minha, só agora me dou conta da beleza do número sete, escute: um, natureza; dois, circunstância; três, oportunidade; quatro, inteligência; cinco, amor; seis, vinho; sete, eu: em mim moram os seis números anteriores e as suas qualidades. Vida, e sete mais seis são treze, pois não são? Treze, céus, é o meu número preferido, anda por aqui o dedo do deus kairós, ai anda, anda...

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