Oxalá vivas em tempos interessantes
(mensagem recebida)
Que quer, ainda me surpreendo comigo! Vi a imagem que lhe envio (um pormenor da escultura de Lorenzo Quinn instalada sobre uma ponte de canal em Veneza), e fiquei de franja à banda quando me dei conta do título da 58ª Bienal de Veneza 2019 ( "May You Live in Interesting Times"), Bienal que abriu há um dia. Não fui de modas, perante súbita inspiração, rapei da minha criatividade e colei à imagem das mãos postas a instalação "L´Ange du Foyer" de Cyprien Gaillard: olhe só o resultado, olhe só a magia que transmite. Gostava, isso gostava, gostava agora de ouvir esse tal de Michel Serres falar sobre este anjo, adiante. Mãos postas viradas ao céu? Vida minha, mistério (o mistério intimida, pois não intimida?), acaba de me cair em cima um verso essente: "mãos postas o céu e a terra nada igual: o amor restitui ao início unicaule o bem e o mal". Há dias, que quer, há dias em que penso que estou a mais no mundo e que não existo, sou cio de belezas leves, nasci assim, sou assim, que se há-de fazer! Nem mais, gosto, dizem que a arte é um gps (que a arte é um radar, melhor dito) que permite aceder ao invisível, concordo. Concordo e sei do que falo: em dias de fada escuto o segredo das flores que estão sonhando e até, céus, num dia em que a eternidade me passou perto, garanto, gotejaram astros custódios. Que quer, adiante, ainda me surpreendo comigo!
Adenda 1
Sério, mesmo? Passou uma semana a ler a obra de Michel Serres? Não, não acredito. Tenho a certeza, isso tenho, que os seus ciúmes de mim lhe dão cabo da cachimónia. O que ainda não percebi (nem sei se alguma vez vou perceber) é como é que a sua mente sabe sempre tudo de mim: livre arbítrio, lei moral em nós, vida, será que aquele Kant, um filósofo já dinossauro, estava certo quando inventou o imperativo categórico?! Ups, será que sim?!
Adenda 2
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