Precisará a actual (devastadora) crise climática de um 25 de Abril?


(mensagem recebida)
Hoje, que quer meu admirador, acontece, hoje, dia da Liberdade (a Liberdade é um bem em si mesmo, não carece de adornos sociais, económicos, políticos ou outros), esta minha mensagem tem um carácter caótico. Tem em fundo os meus úteis pensamentos sobre as plantas, pense nas minhas mãos doceiras das flores, eu gosto. Pode lá ser, não, diz-me que são as plantas que olham para mim e não eu para elas? Depois, veja só, quando aqui li que a Greta Thunberg podia converter-se na Harriet Beecher Stowe do nosso tempo, mergulhei (sem escafandro) na teoria do caos, para perceber como é que essa teoria poderá ser a chave para resolver a actual crise climática. Pergunta-me como é que eu cheguei ao duplo pêndulo (na imagem)? Sei eu lá bem! Admirada estou ao perceber que já sabia da existência do duplo pêndulo, há uns tempos nem sequer sabia do seu mastoideu na descida afogueada aos meus jardins escondidos. Adiante... Sei, isso sei, sei que o duplo pêndulo faz desenhos tal qual eu: Nossa Senhora dos Sistemas Complexos e Caóticos me acuda, afinal quem é que eu sou? A mim, que sou um sistema adaptativo complexo, o que é que ainda me está reservado e porque é que desafio os astros? Não! Não acredito. Diz-me que sabe que o clima é um sistema complexo, que sabe quem é a Greta Thunberg, que sabe o efeito das asas de borboleta na teoria do caos mas que não sabe quem foi Harriet Beecher Stowe? Vá lá, eu levanto uma pontinha do véu: "A Cabana do Pai Tomás" foi o livro que levou ao fim da escravatura americana. Bingo, descobriu! A Harriet, com o livro que escreveu, desencadeou um movimento ao qual se assemelha o movimento grevista escolar desencadeado pela Greta Thunberg: uma, um movimento para a abolição da escravatura (meados do século XIX); outra, um movimento para resolver a crise climática (o clima é um sistema complexo muito difícil de interpretar e de gerir). Muito bem, meu caro, é isso mesmo, tente saber o que são sistemas complexos e sistemas adaptativos complexos e demore-se na teoria do caos e no efeito borboleta, amanhã passado falaremos com mais vagar.
Adenda 1
Claro que sim, hoje é 25 de Abril, é dia da revolução e de cravos vermelhos. Pois é, pois foi: o 25 de Abril é um duplo pêndulo (vermelho): ancorado em Portugal, desencadeou um movimento social caótico que ainda hoje se mantém. Angústia minha de querer sempre mais, sou rebelde ao senso: porque é que eu sou tão linda, tão prendada, tão inteligente? A vida é um mistério, é, pois não é?
Adenda 2
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Vou, meu caro admirador da minha perspicácia, vou com ganas de não ir mas vou, vou ouvir o que os políticos vão hoje, com pompa e circunstância, debitar no parlamento. Santa Maria, cá para mim, vai ser fascismo para aqui e democracia para acolá, populismo (cuidado com os populistas e as redes sociais) para ali, comissões de transparência e dedicação à causa política para cá, e outras coisas mais e outras alfinetadas (de cariz paralamentar) que tais. Adiante. O que eu penso é que deveriam falar do que aí já está a porta do futuro da humanidade, deviam falar de uma gritante ausência de uma política para a primeira infância (pode lá entender-se que frequentar uma creche seja mais caro que frequentar uma instituição de ensino superior!), deviam falar para os jovens (e do indíce elevado de desemprego de jovens qualificados) tendo em conta as alterações no mundo laboral por via dos robôs, deviam perceber a desertificação e o envelhecimento das populações do interior do país, deviam falar de protecção e de segurança dos mais frágeis, deviam falar da distância entre representantes e representados, deviam falar de um conjunto de entidades que parasitaram (e parasitam) o tecido económico e financeiro com a justiça a fazer conta de que, deviam falar de boas práticas e de iniciativas (exemplo) económicas, artísticas, políticas (exemplo) criativas, às tantas até deviam falar de mim como sendo um exemplo de qualidade a seguir: céus, corava de certeza, tanto que nem cravo vermelho, se tal acontecesse. Por tudo isto, o convido a si a ter em conta o que o filósofo (ui, ui o meu fraquinho por alguns filósofos!) Nick Bostrom (na imagem) pensa e diz e antecipa. Que quer, sou assim, nunca tive papas na língua. Adiante... Vou comemorar este importante dia, vou passear a minha beleza acompanhada por uns lindos cravos vermelhos impacientes, tenha um bom dia!

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