Escrever é como que sonhar acordado, pois não é?
(msg recebida)
Há muito tempo que não recebe uma mensagem minha, mas hoje é dia em que tal não pode acontecer. Por dois motivos, essencialmente. O primeiro, porque pretendo abrir-lhe uma pista nova para poder deambular pela neurociência do desenvolvimento, esta pista nova (pensando em mim): na véspera da data do seu nascimento cada ser humano deveria poder regressar ao útero e recordar a sua vida placentária (sabe que a placenta é um órgão filosófico?, não sabe, que novidade nenhuma!). Em verdade, não só não escolhemos o útero em que nos desenvolvemos quanto menos ainda tivemos escolha na mistura única de genes que herdámos dos nossos pais. Ora acontece que os genes são ligados e desligados pelo ambiente, e o ambiente pode até ser o ambiente no interior de uma célula única, e por aí adiante. O segundo, para lhe lembrar uma das minhas características, a delicadeza-esmeralda. Por delicadeza-esmeralda entendo a minha capacidade de deixar um halo de beleza quando estou presente e um vazio imenso quando me ausento. Claro que sim!, entendo, sem suar estopinhas, o seu pensamento: pensa que a sua experiência de mim altera o seu sistema nervoso, e diz que tudo o que é delicado remete para o cuidado das formas, para a atenção e para a suavidade. Isso, tudo o que é delicado remete para o tudo que é muito eu e mim, gosto! Escrever é como que sonhar acordado, pois não é?
Adenda com a sugestão de (re)leitura de um livro que explora a relação entre o corpo e a mente, e com música e memória.
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