Cultura castreja, que é lá isso? Parece mentira mas é verdade...
Penso
por vezes (tem dias) que ainda há esperança e que na vida o bom
senso sempre leva a melhor. Decididamente, hoje não é um desses dias. Vem isto a propósito de ter tido conhecimento que, para ser instalada uma torre de telecomunicações móveis, foi arrasado o "Castro dos Três Povos", localizado no "Cabeço de Escarigo", por muitos também ainda conhecido como "Cova da Moura". Vamos por partes. Primeira: tenha-se em conta esta informação, tendo em vista uma aproximação à cultura castreja. Segunda: leia-se e considere-se este estudo (com atenção especial aos mapas onde se podem visualizar lugares e caminhos do mundo pré-romano na Beira Interior). Terceira: acreditando que a instalação da dita torre - naquele local - terá sido licenciada (em devido tempo) por quem de direito, com raiva contida se pode constatar o que aqui (em 2018) se dizia (e já se previa), isto:
(...) "Os
castros da Serra da Gardunha, juntamente com os restantes castros
identificados no concelho do Fundão, são lamentavelmente ainda
pouco conhecidos do público e, por isso mesmo, vítimas fáceis de
atentados patrimoniais. Constituindo locais onde os valores
históricos e arqueológicos se conjugam na perfeição com o valor
paisagístico e natural, deveriam ser vistos como elementos
estratégicos fundamentais para a valorização do território na sua
oferta turística tanto cultural como natural. No concelho do Fundão
tentou-se em 2004 implementar a chamada Rota dos Castros que, de
grosso modo, não passou da colocação de sinalização rodoviária.
Nada foi feito em concreto para valorizar os castros ou incentivar a
sua preservação."
Inteligente, isso sim, teria sido uma mutualização de interesses que - no mesmo tempo - possibilitasse a construção da torre e a preservação do castro: todos ficariamos a ganhar. Registe-se para memória futura: um castro é um bem cultural que ressoa para além do seu tempo e um bem cultural é sempre (e em qualquer circunstância) um bem económico. No caso vertente, assim não tendo sido entendido, não há esperança e o bom senso nem sempre leva a melhor, o que entristece.
Só soube em Agosto que iam instalar uma torre de comunicações mas nessa altura não tinha disposição nenhuma para subir lá a cima e ver o local. Se foi mesmo instalada na dita Cova da Moura os donos do terreno não deveriam ter sido contactados? Sempre ouvi dizer que a Cova da Moura pertencia ao Sr. Manuel Antunes...
ResponderEliminarOutras ligações, pode dizer-se, insensíveis ao aspecto espacial do pôr em conjunto.
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