Pensar o futuro ou as estórias que tecemos com as que queremos

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(mensagem recebida)
Pois claro que não, é óbvio, claro que não se lembra, Jesus, Maria, José, claro que não se lembra, não se lembra que, em tempo devido, lhe falei no Hartmut Rosa a propósito da ressonância, vida minha, não se lembra, o que eu passo consigo! Adiante. Agora, pátáti pátátá, aqui del rei, o Hartmut Rosa desatou a falar sobre aceleração social, estabilização diâmica e desincronização da sociedade, que sábio, vida minha! Por vezes, que quer, meu admirador, fico com os nervos em franja (céus, o meu sistema nervoso é único, partiram o molde), pode lá ser, a aceleração não é um fenómeno novo. Pense comigo na roda, na máquina a vapor, no telégrafo: quanto provocaram aceleração da sociedade e do ritmo de vida e, óbvio, provocaram reacções ambivalentes de medo e fascinação. Diz o Hartmut Rosa que a aceleração é inerente à modernidade (há quem diga que há várias modernidades) e que depende de uma constante inovação cultural e tecnológica para sobreviver. Mais, diz que é esta aceleração que explica as principais quatro crises do mundo contemporâneo: (1) ecológica, o consumo dos recursos naturais é mais rápido que o tempo da natureza; (2) financeira, os mercados desregulados aceleram e desconectam-se da economia real, (3) política, os tempos da democracia são mais lentos que os tempos dos mercados, da informação e das tecnologias; (4) individual, a psicologia humana é incapaz de seguir a velocidade da mudança social. Até que concordo, mas nem pense, isso não: crer que a evolução vai na linha do código de barras é assustador, é, pois não é? Se assim for, se acaso algum dia isso acontecer, como poderei eu pensar e falar assim? Pensar o futuro é combinar as estórias que tecemos com as estórias que queremos. Disse.
Adenda
....com música e memória.

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