DA CABEÇA AOS PÉS: um livro a não perder


"Leonardo da Vinci escreveu que o homem é um microcosmo, um mundo em pequena escala com os ossos a fazer de montanhas, o coração de grande e móvel oceano, o aparelho dirculatório semelhante a rios e cursos de água. Médico, viajante e escritor, Gavin Francis retoma essa ideia e leva-nos à descoberta do corpo humano e da sua ligação á aventura de existir. Da cabeça aos pés, das circunvoluções do cérebro aos mecanismos secretos que regulam o coração ou os rins, do mistérios da conceção e do nascimento guiados pelo instinto sexual ao fígado e aos seu simbolismo complexo, terminando na maravilhosa engenharia do pé, que permitiu ao homem entrar ereto na história da evolução. Uma série de expedições para descobrir a máquina maravilhosa e muitas vezes frágil que nos permite interagir com o ambiente, mover-nos e compreender os nossos semelhantes, filtradas através da experiência direta da profissão médica e da observação diária da humanidade na súde e na doença." (texto retirado da capa)

Adenda (mensagem recebida)
Nem de propósito, meu admirador de mim como sou, nem de propósito, estou no ir, ladina, a garimpar neste livro que hoje aqui desvela. Porquê?! Ora essa, porque estou constipada, vida minha, não tenho pingo de paciência para nariz entupido. Adiante. Até me dá jeito, sempre arejo a cabeça. Nestes últimos dias tenho pensado comigo que o país da televisão e do cinema-pipoca e dos partidos e da política em geral está a cair de podre. Bem faz, meu admirador ciumento, bem faz em se refugiar nesse país-outro secreto que só aparece nos telejornais quando suas excelências do governo se dignam visitá-lo. Esse país é mil vezes melhor do que do país dos políticos e das televisões rascas, é um país que tem uma sabedoria visceral: é um país que recupera forças na palavra trocada frente a frente, nas ideias que nascem entre aqueles que nada têm a perder, um país que sabe sacudir cangas, não entrega a alma ao carrasco e sabe erguer-se quando menos se espera, um país que tem muito a ver comigo, seja, escuta o coração e gosta de viver dentro da verdade do que se é, tal qual eu. Adiante. Nossa Senhora da Asneira Repinicada, quando penso num telefonema que o Presidente da República fez (em directo) para um programa pimba de uma televisão (que vive da competição pura) fico com a cabeça mobilada de trastes e com o coração algemado à banca do desespero. Que quer, sou assim, de nascença, que se há-de fazer! Acaso lhe disse já que sou linda? Não? Pois fique sabendo que sim, que sou produto de três tipos de evolução que se conjugam em mim no que de melhor cada um deles tem: a evolução biológica, sou o resultado de milhões de anos na evolução da Humanidade; a evolução cultural, para além da linguagem que é uma competência humana universal adquiri um multiverso de competências: da leitura à escrita, de conhecimentos científicos a invenções artísticas; a evolução individual, esta minha evolução é tributária das duas anteriores (biológica e cultural) mas eu não me reduzo a elas, seja, sou um ser com uma trajectória humana única, individual e original. Que quer, sou assim e gosto que saiba que eu sou assim, um biotopo de emoções e uma sede de cognição incarnada. Vida, sou, sou assim, pois não sou? Diga que sim, eu gosto.

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