A arte de lavar as mãos como Pilatos e não ter jeito para ser Cirineu

Há uma arte (cuidada por alguns políticos - e comparsas - da nossa praça), uma arte por vezes pouco falada ou até intencionalmente esquecida: a arte de lavar as mãos como Pilatos. Nada melhor para o ilustrar que ponderar num bom exemplo dessa arte de lavar as mãos como Pilatos, leia-se: “Prefiro conceder a cada município a liberdade de permitir ou não a realização de touradas no seu território à sua pura e simples proibição legal e considero extemporâneo um referendo sobre a matéria.”. Dito de uma outra forma, poderá traduzir-se assim: lavo as mãos, outros que decidam, pois não quero nem pensar e nem decidir, prefiro saber de onde sopra o vento mais favorável, não tenho jeito (e nem vontade) para ser Cirineu.
Nota (sem acinte)
"Telhados de vidro" é uma expressão curiosa, é, pois não é? Há alguma iniciativa legislativa para atribuir aos munícipios o poder de proibir a realização de touradas no seu (dito) território? Se há, qual é e por onde anda perdida? Se não há qualquer iniciativa legislativa naquele sentido, bom, estamos conversados: mais do mesmo, pátáti, pátátá, enfim, ponto.
Adenda 1 (18/11/2018)

Deputados (muitos) do PS conseguem o melhor de dois mundos: gostar do touro e gostar do toureiro, nada melhor que festejar mesmo que o primeiro ministro (do PS) discorde num dia (e concorde noutro dia) do líder parlamentar. O PS é assim, que se há-de fazer, adiante: um dia não há liberdade de voto, no outro dia já há liberdade de voto. Fácil de explicar: já abriu a caça aos votos. Ponto.
Adenda 2
... com memória.