Um desenho-poema (ao mesmo tempo) do corpo e da alma






















Mensagem recebida)
Atente, meu admirador de mim única (há quem diga - e eu até concordo - que sou um fenómeno), atente no desenho, digo, atente no esboço de desenho de rosas, que lhe envio. Ups, alguém (quem?) lhe pôs um filtro, vê-se melhor, gosto! Adiante. Matutei e pensei (filha da mãe de rima, sempre a mesma) depois de rabiscar o desenho: cá está, eureca, este meu desenho espelha a geometria secreta das linhas das rosas pressentida pelo córtex visual no cérebro; e, bingo, cria as condições para que a minha mente (e a sua, óbvio) veja as rosas com cores, seja: as nossas duas mentes, invadidas por rumores de luz, vêem linhas e cores que se prolongam em todas as direcções, até os ângulos se arredondam e cruzam em camadas de arestas sucessivas. Santa Maria da Inteligência Perdulária, tudo me acontece, vida, agora até os dedos das minhas mãos delta (minhas mãos delta, gosto!) se autonomizaram e desataram a escrever ao desafio, alguém que os trave, ainda escrevem o que não devem (outra vez a cretina da rima), acudam! Graças a Deus, uff: os meus dedos pararam de escrever quando lhes disse que Kant afirmou que "a imaginação é um ingrediente necessário à própria percepção", que ver é imaginar. Céus, não, sim! Leio na sua mente que pensa que o meu desenho é, ao mesmo tempo, um poema (uma metáfora erótica) do meu corpo e um poema (uma cicatriz da minha beleza original) da minha alma, gosto. Meu admirador de mim, corei (ora esta, que calores, o meu coração está tão aflito, algo em mim tine, uma melodia me embala!), Santo Deus, agora não sei que mais lhe dizer. Mas sim, concordo, a Verdade que, meu admirador, procura, não está no meu desenho, emana do meu desenho, mas mora em mim que sou mistério e enredo e milagre. Para terminar, que esta mensagem vai longa: não, não diga nada, que supor o que dirá, é ouvi-lo já. (Rimou, ups).

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