Poeminha em prosa: distância e presença
Hoje – estando a pensar
em ti, eu estou sempre a pensar em ti - dois versos me apareceram com a mesma
naturalidade com que um botão de rosa se abre em flor: sem palavras e em graça e
sorrisos. Gostei, gostei deles, só não percebi porquê - um e outro - começam em som de
hãhãhã. Fina e perspicaz intencionalidade, alvitrei, só pode ser. Se amanhã
outros dois versos me aparecerem igualmente intensivos e naturais, poderei
então acreditar que há poemas sem palavras que me prendem e me buscam e me
partem e me voltam. Saberei (confirmarei) então porque te sei distância e presença - invisível
e misteriosa - no quotidiano do meu existir, iluminado e adocicado pelas meninas dos teus olhos grandes. Agora o meu sentir é da jubilosa esperança que
existe dentro e fora de mim. Decididamente é verdade que - não tenho (mesmo) qualquer dúvida - gosto muito (e muito e muito e muito) dos versos que começam em som
de hãhãhã: quem foi que falou em musa?
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