A filosofia do corpo
(Mensagem recebida)
Gostei, meu admirador ansioso de mim como sou, gostei da forma como relatou a nossa
conversa de ontem, Aqui para nós que ninguém nos lê (a não ser o mundo
inteiro), a minha forma de estar e de ser na vida tem muito que se lhe diga,
sou assim de nascença, céus, adiante. Pedi-lhe para sonhar um texto bonito e, acudam,
deliciou-me com palavras sábias embrulhadas em ternura. Sei, deixo-o nervoso
(que quer, eu não faço de propósito) e a tremer, quando está perto de mim, não é
de frio, pois não? Santo Deus, acabei de ler o que escrevi e fugiu-me uma
gargalhada, adiante, ela volta. Decidi oferecer-lhe um livro interessante. Porquê? Ora essa porquê! Então não percebe que é necessário reformular o hiato
explicativo entre mente consciente e o corpo físico? Meu admirador, meu
admirador, que aflito está, calma, isso passa, oiça: reformule a questão pelo lado
da relação corpo-corpo, seja, a relação entre o nosso corpo como o vivemos
subjectivamente e o nosso corpo como organismo no mundo, e a relação entre nós
e o mundo engloba a relação entre nós e o nosso corpo. Baralhado? Eu explico: o
meu corpo não se perfila diante de mim ou à minha frente; aquilo que une as
várias experiências que tenho do meu corpo não é uma regra de variação de
perspectiva, é um fundo de significados. Pergunta-me se é por isso que
Merleau-Ponty compara o corpo a uma obra de arte? Respondo: sim, ponha os os
olhos em mim.
Adenda
Acho que o baralhei (em mensagem anterior) com o fungível e o infungível,
as coisas e os animais, os direitos e os demais, eheheh! Ninguém aguenta o Direito, pois não? Certo, nem eu!
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