"Este cuidar que habita é assim quádruplo"

Não será tempo perdido (bem pelo contrário, de certeza), no início de um novo ano, revisitar um célebre texto de Heidegger: Construir, habitar, pensar. Tanto (e tanto e quanto e muito) agora se fala (e escreve e desenha e perora) acerca de "reconstruir, regenerar, reabilitar, reutilizar"!... Quem sabe possa haver algum tempo para pensar que: "não há uma oposição radical entre a casa onde estamos parados (e fechados), e o mundo onde estamos em movimento". Quem sabe possa haver alguns minutos para ponderar no que o poeta Stéphane Mallarmé dizia: "na cidade em que habitamos está inscrita uma outra cidade de ordem superior". Quem sabe haja vontade e conhecer e tornar operativa a noção de "quaternidade" em Heidegger: "este cuidar que habita é assim quádruplo". Quem sabe a política (e outros) entendam a urgência de olhar para o presente, de medir o presente enquanto presença intensa, de saber o que chega ao presente, de de agir no presente, que "na sua crueza e na sua beleza, é propulsor das maravilhas da vida (com perigos e com possibilidades)". Quem sabe...

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