Sabe, meu caro, quem é o quem?
(Mensagem recebida)
Nem sempre, nem sempre, nem sempre... Mas, por vezes, meu caro, passo-me dos carretos, lá isso passo, ah pois, passo, passo mesmo. Neste país, vida a minha, só passos, raio de vida, só passos e passos e aldrabices continuadas a tornarem-se lugar comum na vida quotidiana portuguesa, obnubilando a realidade social em que a pobreza aumentou exponencialmente para os cidadãos mais frágeis, ao arrepio das promessas eleitorais. Adiante que hoje é dia de apresentação do projecto de programa eleitoral do principal partido da oposição e quero ouvir as novas promessas. Adiante antes que privatizem os sonhos... Continuo a ouvir coisas (coisas e loisas) sobre uma dita "IV Conferência Internacional - Portugal e os Jovens" (a propósito: no cartaz, onde é que ficam as regiões autónomas dos Açores e da Madeira?)... Conferência inaugurada por quem, por quem, sabe? Tente adivinhar. Saiba que é no quem que mora o busílis da questão da falta de oportunidades para os jovens em Portugal... Venha daí comigo, faça uma leitura cursiva deste estudo, apresentado na conferência, e demore-se na página 47...; no entretanto, vou à procura de um abatanado com uma pitadinha de açúcar. Sei lá eu como ainda consigo aguentar tanto desaforo...; já não me chegava carregar a ideia de que, mais ano menos dia, terei que passar a "screver coa forma do a cor do horto gráfico", que mais me irá acontecer! Ah, já me esquecia: vá a este miradouro ((perdão (ops), a este observatório)) se tiver necessidade de alargar horizontes... Já atentou (deixe que lhe pergunte) na minha cintura fresca e no meu novo vestido verde limo seco? Diga-me lá se, através da leitura do estudo, percebeu o nível altíssimo de desemprego dos jovens, viu o que os jovens pensam da política, registou que 65% dos jovens pretendem emigrar? Voltemos ao busílis da questão: então não é que ouvi (ouvi com estes meus ouvidos perfeitos e invejados) nessa referida conferência internacional, o Senhor Presidente da República dizer que "é fundamental desenvolver uma estratégia vocacionada para a criação de emprego qualificado e para a credibilização das instituições e seus protagonistas" e afirmar (sobre a apatia cívica) que "de uma vez por todas, é imperioso ter consciência da gravidade deste fenómeno e da necessidade premente de agir"... Acredito, meu caro, no que ouvi e já não tenho dúvidas: o busílis da questão mora no quem e o quem também é responsável pelo desgraçado estado a que isto chegou. Sabe, meu caro, quem é o quem?
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