O mérito mora no tão só? Esta agora!

Filme interessante, este… Sendo do jeito de uma comédia romântica, através do choque entre três gerações (três personagens), desvela a diferença entre crescer, amadurecer e envelhecer: uma jovem estudante que descobre que tem muito que aprender, um jovem escritor que se apercebe que é adulto e um professor que toma consciência de que já viveu mais de metade da sua vida. Curiosa é a forma como tudo se desenrola através das relações que se estabelecem entre os personagens (tudo evolui naturalmente) à medida que eles se descobrem uns aos outros e cada um a si próprio… Estava eu a escrever sobre o filme, e eis que a única fada que aos domingos acorda na véspera, olhando o texto por cima do meu ombro esquerdo, me sussurrou no meu ouvido zonzo: até que não está mal enjorcado o seu textinho, até que vai de encontro a uma boa tradução do título do filme (amor e letras), até que me faz lembrar o tema do livro dos meus excelentes amigos Éric e Pierre-Henri, até que me permite dar-lhe um conselho: atente num diálogo sobre a metamorfose das borboletas (vale o filme), e veja se descobre o que são células imaginais, tem que googlar e perceber o que são... O meu texto até que não está mal enjorcado? Um diálogo sobre a metamorfose de borboletas vale o filme? Células imaginais? Células imaginais e tenho que googlar para saber o que são? Ainda me interrogava num gaguejar alavancado, e já ela (linda de estar em franja ao vento e narinas soltas em nariz arrebitado) me respondia: não complique, acredite que cada céu é o seu próprio azul e, meu caro, o filme (de um realizador muito jovem) é tão só (e o mérito mora no tão só) uma história comum com diálogos inteligentes...  O mérito mora no tão só? Esta agora!

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