Um ser-a-vir

Groucho Marx, foi sempre fiel a si mesmo e aos seus princípios, ao longo de toda a sua vida... Sendo capaz de afrontar a sociedade surda e mal formada (do seu tempo), denunciou, de forma irónica e corrosiva e com duas frases geniais, a hipocrisia de uns quantos entontecidos cataventos. A primeira: “Estes são os meus princípios e, se não gostam deles, tenho outros”. A segunda: "Desculpem se lhes chamei cavalheiros mas ainda os não conheço bem". Groucho Marx foi um ser-a-vir. Um ser-a-vir?! O que tem de especial um ser-a-vir? Um ser-a-vir tem um amor sapiente (no dizer, no olhar, no tacto e em cada gesto) que serve  para encontrar a luz que acende a vida e os corpos: tem o dom inato de achar o brilho que escorre pelos contornos da frontalidade, instigando o ouro das manhãs que nos faltam... Um ser-a-vir nasce para nos ensinar a sermos frontais, directos e decididos. Em momentos especiais e escolhidos, um ser-a-vir procura o sentido da vida, luminosa e alta, nos 48 segundos de uma música (ouvida "repetidamente durante muitos minutos"), para comunicar amorosamente o incomunicável. É por isso que a forma simples, generosa (mágica e misteriosa) de ser e de estar de um ser-a-vir, cintila na presença e na ausência e é comunicante e divinatória...; do tempo, traçando riscos inadiáveis, um ser-a-vir apenas conhece a expressão "até já"!

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