O melhor das eleições são as eleições

Encontrei aqui o mote para escrever mais dois ou três comentários sobre o processo eleitoral em curso em Portugal. Sim, é verdade que, no final do próximo mês de Setembro, se realizarão eleições autárquicas em Portugal… Considerando as enormes e descabeladas confusões (leia-se a propósito) com as candidaturas "dinossáurias", confirma-se que o melhor das eleições, são as eleições. E não se trata de uma tautologia. No dizer de Karl Popper, as eleições são a única forma inteligente de destituir governantes sem derramamento de sangue. Mas se as actuais eleições autárquicas (muitos candidatos escondem com medo mas sem vergonha, nos cartazes de campanha, a sigla do partido pelo qual concorrem) nos parecem uma forma insípida e aborrecida de mudança política (ora porque uns, a todo o custo, se tentam perpetuar no poder de forma directa ou indirecta; ora porque outros, sem hipóteses de lá chegar, encontram formas criativas de participar), que não haja dúvidas! A responsabilidade, por tal insipidez e por tal aborrecimento, encontra-se por inteiro num sistema eleitoral desajustado e sem vitalidade que reflecte a arrepiante falta de qualidade e de cultura política e cívica dos partidos políticos; falta de qualidade e de cultura política e cívica que se prolongam na ignorância, no compadrio e na arrogância de alguma (muita) comunicação social (onde pontificam opinadores interessados que, brilhantemente, diga-se, sabem alijar responsabilidades próprias e alheias)..., se dá ao desplante e ao luxo (sem legislação que os suportem) de tomar posição por este ou por aquele partido. 
Aditamento (02 e 03 e 04/09/2013)
Eu gostava de saber escrever assim e também assim assim e ainda assimA talhe de foice, os elevados níveis de abstenção são da exclusiva responsabilidade dos partidos, verdade? Exclusiva, não..., os eleitores devem participar, votando; e, se o entenderem, podem sempre votar branco ou nulo e manifestar o seu desagrado. Há ou não legislação que prevê o que aconteceria se os votos brancos e nulos fossem mais que os votos em partidos ou coligações? Antes de saber a resposta, que tal ponderar um pouco e saber até onde isto já chegou?
Aditamento (05/09/2013)
1."O CM sabe que a decisão dos juízes vai no sentido...". Vamos ver se se confirma que, mais uma vez, decisões dos tribunais chegam à comunicação social mais cedo, vamos esperar para ver..., embora neste processo eleitoral já nada surpreenda. Ponto.
2.O tribunal constitucional  decidiu: o limite de mandatos é apenas territorial  e os candidatos "dinossauros" podem candidatar-se a outro município/junta de freguesia (e, neste último caso, quando o mesmo território está na nova freguesia?!). Pois sim..., acontece que Paulo Rangel (que foi um dos autores da lei) já afirmou que a lei não foi feita com esta interpretação... Onde mora a dignidade jurídica, alguém sabe?
Aditamento (06/09/2013)
Pois, também concordo e até também concordo e ainda concordo ..., e pois claro que concordo.
Aditamento (07/09/2013)
Finalmente..., de facto, nesta perspectiva, a lei foi muito bem feita; tão bem feita que uma nova profissão está instituída: profissão autarca.

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