Ela é a beleza feita gente
A beleza, dizia um poeta, caminha a nosso lado, gratuitamente, surpreendendo-nos (quando
menos esperamos) na expressão e na visibilidade de um rosto de formas
generativas e habitáveis: importa é descobrir que assim
é. Por detrás desse rosto de olhos grandes curiosos, está (garanto) uma das pessoas
mais esclarecidas, sensíveis e humanas que nos é dado conhecer. Uma (creio que a única) das
pessoas a quem nunca se chegará a agradecer a sua existência: sai-se da sua presença com o custo com que Alice retrocedia do Espelho.
Com mérito e sensibilidade, essa pessoa (dotada de um equilíbrio notável) vive generosa e discretamente, muitas
das vezes vestida de silêncio ou de música em surdina, e até de solidão…, mas
aqueles que a conhecem e que com ela aprendem (ela é um livro aberto donde subitamente se libertam personagens), sentem que ela está para as suas
vidas como as velhas traves de castanho que sustêm os sobrados das nossas vetustas
casas. Se a poesia é eterna e é intuição de beleza..., ela é a beleza feita gente.
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