... é preciso que haja alguém que as ajude a dar o primeiro passo!
Em
Janeiro de 2013, entendi alertar aqui para o fenómeno da pobreza infantil. Hoje
pretendo abrir um tema novo: falar da
influência da família no sucesso e no fracasso académico das crianças pobres.
Insistem alguns que os principais obstáculos ao sucesso académico, se encontram dentro do sistema escolar; e, por um artigo de fé, teimam que as soluções se encontram dentro da sala de aula. Outros, cépticos, preferem apontar os factores exteriores à escola, como sendo os responsáveis pelo fracasso académico das crianças; porém, quando os identificam, escolhem falar mais em factores de influências impessoais, como “toxinas do meio ambiente, insegurança alimentar, habitações e cuidados de saúde inadequados e discriminação racial” e que pouco têm a ver com o funcionamento da família.
Insistem alguns que os principais obstáculos ao sucesso académico, se encontram dentro do sistema escolar; e, por um artigo de fé, teimam que as soluções se encontram dentro da sala de aula. Outros, cépticos, preferem apontar os factores exteriores à escola, como sendo os responsáveis pelo fracasso académico das crianças; porém, quando os identificam, escolhem falar mais em factores de influências impessoais, como “toxinas do meio ambiente, insegurança alimentar, habitações e cuidados de saúde inadequados e discriminação racial” e que pouco têm a ver com o funcionamento da família.
A verdade (dizem-nos as últimas e mais seguras investigações científicas) é que, nem
uns nem outros identificam os dois maiores obstáculos ao sucesso académico que as
crianças pobres (sobretudo das crianças mais pobres) enfrentam, ou sejam: um lar e uma comunidade de proximidade que
criam altos níveis de stresse; a ausência de uma relação segura com um
prestador de cuidados que garanta que as crianças possam gerir esse elevado nível
de stresse.
Mas assim sendo, sobra uma pergunta. Porque é que, na equação das reformas educativas, se
ignora o que a ciência afirma e confirma? Por três razões, essencialmente. A primeira, porque a ciência é
difícil, densa e difícil de entender. A segunda, por não ser fácil discutir as
práticas de cuidados parentais em público, sobretudo quando se fala de
famílias com suportes e recursos materiais diferentes e mais baixos. A terceira, pelo importante facto de a ciência garantir que as forças internas de carácter (que são decisivas
para o sucesso) não são inatas e que não surgem por magia em resultado da sorte ou
dos genes; dizem as neurociências que estão enraizadas na química do cérebro e são moldadas (também são
mensuráveis e previsíveis) pelo meio em que as crianças crescem e se desenvolvem.
Três razões que serão ultrapassadas, a muito curto prazo, porque se continua a confirmar, dia após dia: que a sociedade, como um todo, pode influenciar o desenvolvimento das crianças (potenciando as suas forças e as suas capacidades); que os pais
são importantes mas não são únicos; que outros (instituições e indivíduos) podem e devem participar na transformação interna e continuada das crianças desde (e até antes) o seu nascimento.
Registe-se, para memória futura, que as crianças nunca começam a subir uma escada sozinhas, é preciso que haja alguém que as ajude a dar o primeiro passo!
Registe-se, para memória futura, que as crianças nunca começam a subir uma escada sozinhas, é preciso que haja alguém que as ajude a dar o primeiro passo!
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