Um texto e um grito de alarme de Nuccio Ordine

a utilidade dos saberes uteis
Um texto e um grito de alarme de Nuccio Ordine.

Adenda (mensagem recebida)
Até que sim, meu caro e excelente admirador, até que sim, li o texto e acabei de ouvir o grito, salvo seja, do Nuccio Ordine, e até que sim, concordo com ele. Lembra-se de, em tempo (em ano de boa memória, quando eu me inspirava em Píndaro: "Ó minha alma, não aspires à vida imortal, mas esgota o tempo do possível"), o ter alertado para os desafios da educação? Mais, lhe digo mais. Acredito (isto do crer tem que se lhe diga) que apenas há uma questão filosófica que merece ser respondida, esta: é preciso aprofundar as evidências sensíveis ao coração para as tornar claras ao espírito. Sei, de fonte limpa, que o coração não engana (o coração, em mim, posso senti-lo, sei que existe, o mundo, posso tocá-lo, sei que existe, o cérebro não o sinto, dizem-me que existe). Mas sim, é óbvio, há dias em que o cérebro é um cretino, troca-nos as voltas, fazemos asneiras sem remédio, justificamos o injustificável, e depois lá vamos nós fingindo viver, enquanto apenas nos arrastamos em dias e dias pachorrentos. Ultimamente (céus, sinto no meu coração a sua falta!), venho pensando que só há dois métodos de pensamento: o de La Palisse - que é o equilíbrio da evidência - e o de D. Quixote - que é o equilíbrio do lirismo, o único que nos faculta ao mesmo tempo o acesso à emoção e à clareza. Adiante... Longo vai já este meu arrazoado, mas ainda lhe garanto que (quando penso em si) sinto (sinto é a palavra certa) sinto que os sentimentos profundos (alô, António Damásio!) significam sempre mais do que aquilo que têm a consciência de dizer. Adiante, vou agora beber um calmante chá de cidreira em chávena de porcelana (ups!, guardei ontem uma madalena de Proust, cá vai ela) e, mais uma outa vez, vou ouvir a excelente Nina Simone. Tenha um bom dia e nunca se canse de pensar em mim (escolha o método que lhe melhor lhe aprouver, mas pense sempre em mim), eu gosto, e gosto!

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