Qual a diferença entre inteligência humana e inteligência artificial?
Aqui
tem a resposta com música em fundo, olhe a imagem e saberá que é o que vai acontecer... Acordei manhã cedinho com estas palavras (com força emotiva) de uma voz que bem conheço. Não dá para crer, esfreguei os olhos, estava já a ouvir a música (bem escolhida e que mantenho em fundo enquanto escrevo) e olhei a imagem (a imagem estava mesmo ali à minha frente), disse comigo: como é que ela sabia que ontem me deitei a pensar na diferença que há (e como é que essa diferença poderá ser anulada) entre a inteligência humana e a inteligência artificial? Que surpresa minha nenhuma, respondeu-me a voz, aquiete o seu coração zeloso, eu navego na sua mente à bolina, todos os dias e sempre que quero. Não fui de modas: e a diferença entre inteligência humana e inteligência artificial é? Bah, que difícil é a resposta, céus, trauteou, não se está mesmo a ver que a diferença fundamental se diz de forma simples, assim, os seres humanos têm um corpo vivo e as máquinas não. Daí que, continuou, a inteligência num ser humano esteja ligada à necessidade de assegurar a estabilidade dos estados internos do seu corpo vivo. À homeostasia? Interrompi afoito. Nem mais, isso, a inteligência humana tem o papel de preservar o fluxo de vida e proteger as partes do corpo vivo, coisa que não acontece com a inteligência artificial que não tem a preocupação de salvaguardar os circuitos internos da máquina. Não me saía da cabeça a imagem e nem conseguia arredar o pensamento do perfil da dona da voz cujo espírito lhe lampeja nos olhos e lhe brinca nos gestos... Perguntei: será que na imagem (que me oferece) se quer dizer que, mais ano menos ano, haverá máquinas com coração? Santa Maria, ele (ele sou eu) é mais inteligente do que eu (este eu é ela) pensava, e: isso, isso, isso mesmo, depois de se terem construído máquinas que identificam a manifestação das emoções humanas, importante e urgente é conceber máquinas que experimentem essas mesmas emoções. Não creio, duvido, arrisquei sem rodeios, isso que diz mais me parece ficção científica, mas, quem sabe, ouvi dizer que nos dias que correm os seres humanos vivem com emoções paleolíticas, com instituições medievais e com tecnologia divina. E a voz, frágil e fugidia como uma aparência, debitou: arrefeça o lume da sua incredulidade e apague a sua sede escaldante da minha dona, ripostou, oiça, enquanto ela (a minha dona sensível às paisagens, às formas e às cores) estava a desenhar um outro coração do sentimento (o lápis preto tem pinta, pois não tem?), com a personalidade que a caracteriza em alta, imaginou essa sua observação e preludiou uma resposta, ei-la: as emoções são construídas com a ajuda do cérebro num substrato específico, o corpo vivo; ora muito bem, vai de certeza ser possível equipar os sistemas de inteligência artificial com um substrato, digo, com uma espécie de interioridade que se pode alterar a si própria ou ser modificada por um programa sensível (aquilo que na cultura humana se denomina de coração). Não pode ser, ouvi-me a exclamar entusiasmado, isso significa que, nessa altura, quando se conseguir um computador com coração, se reconciliam a psicologia cognitivista e a psicologia das emoções? Voilá, suspirou (a voz a suspirar em francês, pode lá ser!), e fique sabendo que não é tapeação, contei direitinho o que (e como) vai acontecer, mais cedo do que possa imaginar, mas sim, haverá ainda mais de mil e um contratempos. Atrevi-me situado a meio caminho da prudência: vamos lá a ver se entendi, anula-se a diferença entre a inteligência humana e a inteligência artificial quando se conseguir fazer um computador com coração. Sem tem-te nem mas, à queima roupa, zás, saiu-se emplumada no tom com uma resposta divertida: tanto tempo e tão grande conversa para conseguir descortinar a (tão à vista desarmada) legenda da imagem que lhe ofereci - um computador com outro coração do sentimento - , o que eu passo consigo, deuses perdulários, vida minha pura e gratuita!
Adenda
Vale a pena consultar.
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