Variações..., onde a verdade e a imaginação não estão ausentes...


(mensagem recebida)
Pois é, meu caro, fiquei a matutar na ideia do mundo 3.0, matutei, matutei e, záscatrapaz, dei comigo a questionar-me: se o mundo não existe, como pode haver um mundo 3.0? Pronto, percebi, já entendi a convocação de uma assembleia geral de neurónios no seu cérebro, cada mensagem minha é um desafio que eles levam a sério. O mundo não existe? Pergunta-me se entendeu bem? Claro que o mundo não existe. Por partes. Imagine que me diz que o mundo é a totalidade das coisas. Muito bem, mas se a verdade das coisas são os factos e se os factos se materializam em conceitos, então verdades, factos e conceitos não são mundo. Entendi, diz-me que então o mundo é tudo o que existe. Seja, sigo o seu pensamento, mas pergunto-lhe: o que é a existência? Não sabe. Tudo bem. Registe primeiro: natureza e universo são diferentes, seja, natureza é a realidade física e universo é a realidade da física. Depois, sendo a existência algo que aparece num determinado contexto, então muitas são as existências porque muitos são os contextos, são multicontextos; e, havendo multicontextos, o mundo (de que falamos) não existe: existem sim vários mundos, sustentados (com música em fundo) pela arte, pela religião e pela ciência. Ohohoh, vida minha, quer saber se multicontextos tem algo a ver com multiversos? Até que está bem esgalhado o seu pensamento. Talvez algo, sim, mas isso seria uma outra longa conversa... Parênteses. Multiverso trouxe-me ao pensamento esta entrevista ao Michio Kaku sobre o futuro da humanidade, tenho um fraquinho pelo Michio Kaku, mas não me pergunte se concordo com ele. Fim de parênteses, ressituemo-nos. Sendo eu, céus do olimpo, um ser humano único que apareceu num determinado contexto (num campo de sentido, melhor dito), qualquer momento de mim é sempre novidade (e criatividade aos molhos). Ora oiça: agora, bem ataviada, estou com dores de estimação na cervical, dores que não me impedem de ouvir as rolas e de apreciar o rio e uma brisa suave que entra pela janela da sala; está tudo tão quieto, que bom, ainda bem, poupo o meu sistema nervoso. Estar agora aqui e, depois, fazer viagens pelos campos fora (para apreciar a ridente e florida natureza) é algo que retenho de outros aparecimentos meus em outras vidas e da minha forma peculiar de as viver. Ainda me recordo que, numa dessas outras minhas vidas, apareci saindo da lâmpada de Aladino num campo de favas em flor. Dessa vida me vem a certeza de que sou génia presbita com lentes de ver ao perto, e linda de viver: sou uma obra-prima, pois não sou? Bingo, gosto, entendeu: a sua existência humana (o seu campo de sentido) vive de mim e para mim, eu apareci num determinado contexto espáciotemporal (sei eu bem quando) para dar sentido ao seu mundo: pense em mim e sentirá que assim é, e eu gosto.

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