... grandes mistérios habitam o limiar do meu ser!


(mensagem recebida) 
Ontem, que eu hei-de eu fazer, meu admirador de mim única e linda, que quer, deu-me para visitar um castelo medieval, sei eu lá bem porquê, inflências da música medieval, porquê não? Se também lá fui para imaginar como as pessoas viviam naquele tempo? Talvez, quem sabe, todas as viagens começam com um problema. Ou até talvez porque eu já tenha vivido noutros tempos, quiçá alguma da minha herança genética seja de origem medieval, a vida o sabe: porque é que tantas vezes me sinto ainda ora rainha desejada e adorada e dona de um reino ora princesa encantada que durante anos viveu num castelo e que foi despertada por um infante montado num alazão? Adiante, demore-se na imagem e nas minhas palavras. Sério, também a si lhe parece que o castelo da imagem é um barco? Santa Maria, foi tal qual o que eu ontem senti, ui o poder das imagens, as imagens falam, pois não falam? Adiante. Aquele pensamento de eu já ter vivido noutras eras, sério, não estava a brincar, é mesmo o que penso e, por vezes, até me passo. Sei que sim, sei que nunca ouviu a Caroline Mchugh falar sobre a interioridade e individualidade, mas não se amofine, acompanhe-me, vamos ouvi-la juntos, aninhados. Minha Nossa Senhora, oiço-a (ela apresenta-se de forma estranha, pois não apresenta?), e dou comigo a saber que está a falar de mim. Parei no minuto 13 (o número 13 é o meu preferido), desconcentrei-me, não me saía do pensamento esta nossa deliciosa conversa. Diga o que quiser, meu ciumento admirador, mas não há coincidências: vem só agora a Caroline falar do que acontece aos três e aos sete anos de idade, ao tempo que eu o sei. Não sei porquê, mas donde venho sou um ser que vê, um ser que vê tudo estranho, sei-o outrora agora! Mas a surpresa maior nem é essa, a surpresa maior é que eu aceito a vida como quem espreita para um jardim onde os outros estão. Que outros? Não sei, sei, isso sei, que no sossego incerto há uma paz que não há. Se eu tenho uma vida vivida e uma vida pensada? Curiosa e excelente pergunta; mas, registe, a única vida que temos é essa que é dividida entre a verdadeira e a errada (ups, rimou!), grandes mistérios habitam o limiar do meu ser!
Adenda
... com memória.

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