Em Maio há dias assim: com música e arte e memória


        Joan Miró, Erik Satie, 1969

Aqui..., com memória.

Não, não sei bem porquê, a verdade é que pensar com a música de Satie em fundo e arte à mão de apreciar é um exercício mental fascinante. À memória, quando assim acontece, regressam expressões há muito arredadas do quotidiano. Uma dessa expressões - o ponto azul-claro - foi cunhada pelo astrofísico Carl Sagan para designar o planeta Terra visto ao longe. Qual será o futuro da Terra? Ora, nem mais!, aí está uma pergunta que desafia a inteligência humana. Os seres humanos parecem saber que vivem na única parte do mundo, o planeta Terra, que percebe o mundo no qual a Terra se situa. Mais, parecem saber qual a relação entre o Sol e a Terra e até, em traços gerais, parecem saber como evoluíram as espécies. Mas qual seja o futuro da Terra, não, isso não sabem, e também não sabem se há mais vida inteligente ou até se há vida noutros planetas, mas sabem (ou deviam saber) que são todos responsáveis pelo futuro da Terra. E também deviam saber que é na música e na arte e na memória que viaja e se esconde e se desvela o nome - o ponto azul-claro - que dá sentido à vida de cada ser humano: à vida que foi assim há muito tempo no futuro.

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