"Deus nos livre da justiça!" e mancha moral e ética
Escolhi uma serigrafia (imagem acima) de Graça Morais quer para ilustrar um desabafo muito sentido - "Deus nos livre da justiça!" - que ontem ouvi (e que me moeu o juízo) após ser conhecida a súmula da decisão instrutória da Operação Marquês - quer para ilustrar um ligeiríssimo comentário que me parece ser oportuno. Assim... Dou de barato que a sibilina e movediça e abaulada acusação, elaborada pelo Ministério Público, tenha ficado reduzida a cinzas (já não me surpreende, ainda que dispense as adjectivações do juiz!, diria a minha consciência crítica). Porém, sem prejuízo do direito de defesa que assiste a todos os arguidos (a todos e a cada um), há factos comprovados (que não ilações!): à roda de um irregular e clandestino esquema (enrodilhado, à socapa, numa polé de silêncios, monossílabos e frases secas) de financiamento de um Primeiro Ministro de Portugal (e Secretário Geral do maior partido político português; partido com telhados de vidro que, farejando tempestade, optou por se fazer de morto ao longo da investigação) por um seu amigo de há muito tempo.Tais factos, só por si mesmos, são uma mancha moral e ética na jovem democracia portuguesa que perdurará na negrura do tempo até que toda a verdade venha ao de cima (um dia, de forma serena e sem estrompa, tal acontecerá). Agora não escrevo mais nada, estou de trombas e ar carrancudo, fim de linha, ponto.
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