A propósito do Orçamento do Estado (2021): "Dei-te quase tudo"...
Aqui.
Nota 1
É sério, é muito sério o que por aí anda a propósito do teatro à roda da proposta de Orçamento do Estado para o ano de 2021, um sofrível teatro que até derreia, acudam! Vamos a isto. Sabe-se que o delineado Orçamento do Estado (2021) ainda não contempla cortes nos rendimentos (é um orçamento sustentado por um aumento significativo de dívida pública, que terá que ser paga nos anos futuros, óbvio); porém, no Orçamento do Estado para o ano de 2022 os cortes nos rendimentos serão favas contadas, serão trigo limpo farinha amparo. No dito teatro, as surpresas (ou talvez não!) moram ao virar da esquina. Atente-se na imagem acima e oiça-se aqui (minuto 6.20 e seguintes) ser debitada uma deliciosa pérola matemática, esta: "Portugal tem 19000 médicos, o que quer dizer 1.9 por 100 000 habitantes". É deveras preocupante (e muito frustante) ter de ouvir e calar, seja: dizer 1.9 em vez de 190 é um erro matemático de palmatória é um erro de matemática de pacotilha mal amanhada, raio de erro que tanto desalenta em tempo de tragédia, desgraçado vírus, maldita pandemia. Para deitar água na fervura, uma pergunta se impõe: podem os políticos (parece que vivem numa bolha social!) explicar bem a proposta de Orçamento do Estado para o ano de 2021 - um orçamento banhado q. b. com ideologia, e unhas de fome, de ilusões, de cantigas de embalar e de mézinhas, uma seca, diria o Eça (mas ainda assim, e bem, um orçamento menos cáustico do que será o Orçamento do Estado para o ano de 2022 que também terá de saber pôr cobro a dois vulcões financeiros em actividade: o Novo Banco e a TAP) - , podem os políticos, dizia, explicar bem a proposta de Orçamento de Estado para o ano de 2021 de um país nas lonas (e de pantanas, uma crise social grave já aí está instalada), se já só pensam em gastar à tripa forra pipas de massa da União Europeia que nunca mais chegam? Resposta: poder podem, mas é difícil, é muito difícil. É muito difícil porque a tentação de esconder o que lhes vai na alma (e a procissão ainda vai no adro) é uma arte política que alguns (e algumas) cultivam de forma exímia... Isto só lá vai com algum humor corrosivo: quem não resiste a gracejar, haja Deus, é porque ainda está bem vivo. O país das maravilhas anunciadas (e sempre adiadas) segue dentro de momentos, as pessoas que esperem (mascaradas) até chegar a sua vez, é preciso dar tempo ao tempo, ponto.
Nota 2
Ao estado a que a que isto chegou (ups)! Depois admirem-se e vertam lágrimas de crocodilo, não lhes vai valer de nada, pela certa que não. Está-lhes no sangue (a um e a outro), que se há-de fazer, não têm trambelhos, diria a minha consciência crítica com um dedo em riste.
Nota 3
No entretanto, vale a pena parar, ouvir, pensar e agir em conformidade.
(mensagem recebida)
Estou a ver o vídeo da realidade aumentada! É espectacular, gostava tanto de viver o suficiente para ver a nova era em movimento! Mas mais extraordinário é o vídeo do jornalista: quase chorei! Estou desiludida com o país, com os políticos e com as pessoas em geral. É uma vergonha! Gostei do estilo da sua escrita de hoje, tem palavras que são muito eu, gostei mesmo, muito! Sugiro-lhe que leia este PS, com vagar e muita atenção, e depois dê notícias.
Comentários
Enviar um comentário