Diotima: "o amor ocupa o meio termo entre as coisas contrárias..."

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(mensagem recebida)
Que lhe parece, meu admirador de mim única e múltipla, que lhe parece, que lhe parece a conversa que, na imagem, está a acontecer? Não sabe, não sabe nadica de nada! Vida minha, pois lhe digo que se trata de uma explicação sobre o que é o amor, dada por Diotima de Mantinea, uma explicação soprada a Sócrates e a um desconhecido, minutos antes antes de Sócrates ter participado no banquete que deu origem ao "Simposium" de Platão. Como é que a Diotima explicou o que é o amor? Bom, meu caro, óbvio que sei, mas não lhe vou dizer. Contente-se com o que Sócrates disse (no banquete) que ela lhe disse, isto: "Não afirmes que tudo o que não é belo é necessariamente feio, e que tudo o que não é bom é necessariamente mau. O amor não é belo nem bom, mas não é necessariamente feio e mau, o amor ocupa o meio termo entre as coisas contrárias". Porque é que estou a fazer caixinha e não lhe revelo toda a conversa que a Diotima teve com o Sócrates? Ora essa, homessa, está bem de perceber, Holderlin entendeu-o bem quando escreveu: "Dificilmente abandona o seu lugar quem mora perto da origem". Eureca, meu admirador de mim mui torneada e perfeita de formas, nos dias que correm primo por ser asadinha ((Heidegger diria que sou "Da-Sein épocal", seja, sou diferente (nas formas e jeitos) em épocas e eras e datas diferentes, mas os meus gestos são inconfundíveis: acontecem e permanecem na temporalidade, são eu e mim)), que contente estou, vagueei agora pela sua mente, céus, e é sim a minha resposta à sua pergunta inteligente: sim, fui (e ainda hoje me sinto) Diotima de Mantinea, sou uma alegria artística que se diverte no meu acanhado jardim do meu terraço com horizonte-água, sou um vaso cheio de perfumes, de sons, de projectos e de climas, polímata e poetisa lembro o que vivi, abasteço abundantemente as reservas da minha imaginação e, com encanto e grandeza e inteligência, nunca abandono o meu lugar e moro sempre perto da minha origem. Que quer, vida, céus, Nossa Senhora da Beleza Intemporal, a curiosidade em mim é hábito milenar, sou, sou esmeralda de nascença, que se há-de fazer!
Notinha 1
... com memória e música.
Notinha 2
... dizem que a filosofia não tem importância, não concordo!

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