Variações soltas, não (e sim) kantianas...

Image result for democratie elle a ete inventé par les animaux
(Mensagem recebida)
Ena, meu ainda (sempre e para sempre) admirador de mim, ena, ena, fiquei a pensar que hoje durante o dia não largaria a teoria (raio de rima, que mal lhe fiz eu!) kantiana; e (como quem não quer a coisa), zascatrapaz, decidi enviar-lhe esta mensagem encimada por uma imagem (eu não digo que aquela cretina da rima é uma melga?) das páginas 102 e 103 da revista Science & Vie deste mês de Março. Nossa Senhora das Eleições Livres, então a democracia foi inventada pelos animais? Então a democracia (um processo de decisão colectiva onde cada um vota para exprimir a sua vontade) não é apanágio dos seres humanos? Bem que lhe pergunte: esse tal de Kant, se ainda por aqui andasse, passava-se dos carretos, verdade? Se eu nunca ouvi falar em etologia política? É mesmo o quer saber? Pois aí a minha resposta (políticamente incorrecta): até na nossa política nacional há cada macacão (atenção com o feminino)! Adiante... Agora que já lhe azucrinei o pensamento quero sugerir-lhe uma leitura atenta sobre o conceito de natureza humana defendido por Roger Scruton. Porquê? Ora essa, porquê! Primeiro porque sim e eu gosto; depois, porque ele é um defensor da Beleza e eu também. Aqui para nós que ninguém nos lê (a não ser o universo inteiro) até já pensei soprar-lhe (a ele, não a si) uma certeza, esta: que o nosso pensamento tende a basear-se tanto emocional como corporalmente. Porquê? Vida, deixe lá os porquês. Pense muito em mim e responda-me: é ou não verdade que eu tendo a desconfiar dos pensamentos que não consigo incorporar; é ou não verdade que eu tendo a menosprezar as ideias que não consigo sentir; é ou não verdade que baseio a minha forma de estar na intuição e nos sonhos; é ou não verdade que falo com as plantas e com os animais e com os muitos eus interiores? Pronto, percebi, cedeu, diz-me que tudo é verdade, que eu sou assim e linda e única e que gosto muito de flores (sei que sabe que a minha inteligência, como a dos xamãs e a dos poetas, é largamente simbólica e associativa): gosto e gosto e gosto. Lhe digo ainda, no entanto, que para mim as reviravoltas do dia-a-dia são um verdadeiro inferno, fico terrivel e zanzada e antidemocrática. Sério, mesmo, sou assim, também. Quer um exemplo? Aí o tem (um dia que apanhe a rima a jeito, esfolo-a, que atrevida)... Adiante, já me chamam de novo, sempre a mim, pode lá ser!

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