António Gedeão: Máquina do tempo
O Universo é feito essencialmente de coisa nenhuma.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.
Intervalos, distâncias, buracos, porosidade etérea.
Espaço vazio, em suma.
O resto, é a matéria.
Daí, que este arrepio,
este chamá-lo e tê-lo, erguê-lo e defrontá-lo,
esta fresta de nada aberta no vazio,
deve ser um intervalo.
António
Gedeão
(Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de Novembro de
1906 - Lisboa, 19 de Fevereiro de 1997), português, foi um químico, professor
de Físico-Química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões,
pedagogo, investigador de História da ciência em Portugal, divulgador da
ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão.)
Adenda (mensagem recebida)
Pode lá ser, meu caro admirador incondicional, pode lá ser, olhe para a imagem (com atenção à margem direita) e demore-se no desenho à esquerda desta página, Santo Deus, Cruzes, Credo, então os meus desenhos são coisas do Universo? Franja minha, adiante. Fez bem, O poeminha "Máquina do tempo" é um delícia. Já lá vão vinte anos desde que o António Gedeão se foi embora; mas, dado que também ele era uma estrela, a luz que emanou mantém-se viva, na poesia e na ciência, sorte a nossa. Se o "também" de "ele era uma estrela" tem a ver comigo, se também eu sou uma estrela? Olha a novidade, Deus o quis, eu o declaro: sou a estrela da sua vida, plim!
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