Coisas minhas são verdades que nascem no meu terraço
(Postal ilustrado com trepadeira de campainhas (e post-it rabiscado) - recebidos)
Sabe, meu caro, que quando (manhã cedinho) me dirijo para o meu terraço horizonte-água, sempre paro para pensar se tudo é mesmo real? Sou assim, que se há-de fazer! Contemplo o despontar do dia, o ar matinal sabe-me bem, os pássaros em inocentes brincadeiras transpiram frescura e eu (vá lá não se ria, o riso não gosta de si, já sei) eu, dizia, faço confidências em poeminhas num infinito desdobrar de palavras. Não sabe porquê. Não se amofine, eu conto-lhe... Faço confidências em poeminhas porque uma trepadeira de campainhas no meu terraço me dá mais prazer que toda a metafísica dos livros. Coisas minhas são verdades que nascem no meu terraço. Mote lindo este, gosto e gosto e gosto! Encima o poeminha que lhe envio num post-it rabiscado, este:
as
verdades
esperam
em todas as coisas
nem
se apressam e nem retardam
aguardam
serenas a sua vinda ao mundo
…/…
o
mais insignificante é tão grande como qualquer outra coisa é sim
a
lógica os sermões não convencem só o que ninguém nega é assim
Comentários
Enviar um comentário