Sete véus e um vestido
(Mensagem recebida)
Ubíqua de passado e de futuro, meu caro, resolvi provocá-lo, atanazando-o. Agora lhe envio duas imagens que o vão deixar estonteado e de olhos turvos, ai as suas pulsações soltas e vadias! Vamos, então, ao que interessa. A minha torneada imagem (dança dos sete véus) mostra-lhe que também eu, de forma original e única, já fui Salomé... Adiante. O vestido da segunda imagem (penso comprá-lo) tem uma característica especial. seja ela: ora pode ser visto branco e dourado ora pode ser percebido azul e preto. As diferenças de percepção das cores, meu caro, têm directamente a ver com o facto de o olho humano compensar a iluminação da imagem com a luz exterior recebida. Pedi ao divertido Jay Neitz uma explicação convincente. Ele, como sempre, foi claríssimo: "Nesta imagem, o cérebro tenta descontar a luz da imagem; se o cérebro de alguém desconta os azuis, esse alguém vê o vestido branco e dourado, se o cérebro de outro alguém desconta os dourados, então esse alguém vê o vestido azul e preto.". Esforce-se mais um pouco mais, meu caro, olhe o vestido sob luz vária e diferente, e vai ver que o seu cérebro o vai presentear com as duas hipóteses: ora branco e dourado ora azul e preto. Tudo bem, se é isso que quer, eu percebo: imagine então o vestido com as minhas curvas, não me importo, até gosto; sim, é verdade, fica um outro e original vestido. Sete véus e um vestido, sou ubíqua de passado e de futuro, pois não sou?!
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