Gerar, aperfeiçoar, se isso falha para que sirvo eu?
Por vezes, meu caro, ainda fico surpreendida e não aguento mais e tenho mesmo que dizer o que sinto e me vai na alma! Que terá acontecido, perguntei-me, ao ver, madrugada cedinho, a única fada que nos dias de calor se refresca com água natural-fresca. Calei-me, já que ela, suspirando, dizia que Nadir Afonso tinha aprendido com ela a rabiscar linhas verticais, curvas, ângulos, pontos para comunicar os sentimentos e os convites... E, sem dar margem a qualquer pergunta ou comentário, ouvi-a dizer, enquanto abria o caderninho de rabiscos argolado e preto, que tinha persuadido Nadir Afonso a fazer do Porto uma cidade-estirador... Sei que irei cometer uma tremenda inconfidência, disse eu de mim para mim, mas vou divulgar a tirada filosófica de encanto, com que ela se despediu de túnica creme vestida, linda, activa e receptiva: "gerar, aperfeiçoar, se isso falha para que sirvo eu?".
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