Assim lhe respondo, falando ao seu ouvindo!
Regressei de férias,
meu caro, e cada vez estou mais convencida que precisamos de ter muita coragem
para enfrentar o que aí vem, porque as coisas no mundo andam mal, sussurrou-me a minha fada preferida, já a
manhã ia acordando preguiçosa. Enquanto a saudava com um olhar de significado para ela entender a falta que ela me fez, convidei-a a ser um pouco mais explícita. Acenou
que sim com a cabeça e segurando-me o braço, perguntou-me de chofre: em
que país vive, meu poeta de trazer por casa? Ofereço-lhe, ainda ébria de
felicidade e com palavras de gorjear, continuou,
um pedacinho de mim e a promessa de um milagre em Outubro; pode ser que lhe sirvam
de inspiração para escrever uma estória ou algum poema, quem sabe? Ouvindo a
sua voz límpida, tive necessidade de lhe dizer que quando eu escrevo (mensagens,
estórias ou poemas), nunca escondo significados nem deixo sentidos criptados; tão só e apenas respondo às pulsações do seu coração inquieto, equitativo e são. Enquanto ela se reclinava no meu peito, de mansinho, de olhos
bogalhados e com um leve rubor luzidio a assomar furtivo na epifania do seu rosto lindo, percebi fascinado, como quem olha para o oceano da vida, o que ela trauteava em jeito de confidência-resposta rumorejada: assim lhe respondo, falando ao seu ouvindo!
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