A seisachtheia foi uma medida moderada ou revolucionária?
Assim
pensou e escreveu Aristóteles sobre a reforma económica de Sólon: “Depois de se haver tornado senhor da situação, Sólon libertou o povo no
presente e para o futuro, ao proibir a celebração de empréstimos sob garantia
pessoal. Além disso, promulgou leis e procedeu à abolição das dívidas, tanto as
privadas como as públicas, medida a que dão o nome de seisachtheia, porque se
desfizeram de um fardo”.
Esta
reforma económica tal como é relatada por Aristóteles, envolve duas etapas. A
primeira contempla a previdência futura de, em caso de empréstimo, não ser
permitido dar a liberdade pessoal como garantia de pagamento; evitava que
alguns pudessem ser escravizados por dívidas e assegurava a liberdade dos que
já haviam caído na servidão. A segunda contempla a seisachtheia propriamente dita, entendida como a abolição de todas
as dívidas tanto particulares como públicas; ou através da redução das taxas de
juro ou através do cancelamento total das dívidas.
Assim
sendo, a resposta é simples. A seisachtheia
(alijar o fardo) foi uma medida moderada, se na segunda etapa apenas
correspondeu a uma redução das taxas de juro, decorrente da desvalorização da
moeda; foi uma medida revolucionária, se correspondeu ao cancelamento total das
dívidas.
Nota
de rodapé
Duvido
que os políticos portugueses alguma vez tenham ouvido falar de Sólon. Duvido
mesmo… Mas posso estar enganado, quem sabe?!
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