"Será que somos um país honesto na gestão dos fundos europeus?"

Franzi o sobrolho quando li esta notícia, mas fui esmiuçar, e... 

Coisa espantosa: ouvir (aqui) fazer, assente num estudo académico, um retrato com palavras (e sem papas na língua) sobre os mecanismos que, em Portugal, servem para branquear a fraude na gestão de fundos estruturais (desde 2007 a 2013 e 2014 a 2020). Enorme frustação: querer acreditar que algo, daqui em diante, vai mudar, sabendo que, por todas as razões e mais uma, será quase impossível de acontecer; trata-se de uma doença portuguesa crónica alimentada com mezinhas malabaristas. Coisa de monta: escrever agora como que separado do meu cérebro; esse, sabido, como tantas vezes acontece, disparou para um montão pensamentos que agora recordo, mas que calo com azedume.

Salva-me a incapacidade para desabafar em poesia de escárnio e maldizer dos tempos áureos da Idade Média portuguesa. Tivesse eu crescido outro, e outro galo cantaria, estaria, agorinha mesmo e de certeza, a pôr em versos soltos e livres o que em prosa me proíbo de espalhar aos sete ventos: que, no que toca à honestidade na gestão dos fundos europeus, o rei vai nu. Que sina!, tanto ontem quanto hoje, é obra!

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