Portugal - Dia 10 de Junho - Planisfério de Cantino


Pensei, digo, decidi hoje - dia 10 de Junho de 2023, mais um "Dia de Portugal" - trocar impressões contigo sobre o sentido deste nosso país à beira mar plantado. Pois concordo com a ideia, retorqui à minha consciência crítica, concordo, vamos a isso, o que eu penso é que nos dias que correm as pessoas andam muito infelizes e com os bolsos mais vazios (Portugal tem 4300 taxas e impostos); e, (e muito bem!) já não toleram que os políticos, alguns deles pequenotes, ruins e fanfarrões sem jeito, mantenham uma relação difícil com a verdade e que fabriquem cortinas de fumo por dá cá aquela palha. Isso, isso é assim, é uma realidade dura como punhos, atalhou ela, mas, pára um instante, ouve, os seres humanos, que são muito curiosos e inteligentes e cooperantes, existem, ui o mistério de ser!, num pequeno período de tempo e a forma que têm de explorar o Universo por um tempo mais longo é organizarem-se em povo escolhido, para explorarem uma parte maior do mundo; disse-me um dia o Professor Agostinho da Silva que foram os portugueses que fizeram Portugal e que não foi Portugal que fez os portugueses; por tudo isso, te quero hoje falar do Portugal das epopeias e dos mastros e das  velas e do  leme, do Portugal da sede do divino e da ida à Índia, do Portugal da espada e do rosário; não quero perorar à volta da actual (cada vez mais) pobre vida dos portugueses e das portuguesas como agora se diz, disso não quero. Como preferires, assenti a modos que agastado, sou todo ouvidos. E ela: tens alguma ideia, ainda que mui vaga, do que possa ser (ou ter sido) o "Planisfério de Cantino"? Nenhuma ideia, nadica de nada, Cantino?!, a minha resposta foi automática. Fica sabendo, respondeu, que o "Planisfério de Cantino", que está preservado no Museu Esteense de Modena, é constituído por seis peças de pergaminho, montadas sobre um tecido de 220 por 105 centímetros e é atribuído a um cartógrafo português que desenhou os caminhos marítimos que os portugueses construíram para conhecer o mundo no início do século XVI; uma cópia fidedigna desse planisfério foi adquirida clandestinamente por Alberto Cantino - um agente infiltrado do duque de Ferrara em Lisboa - que o vendeu a Hércules I de Este, no fim de 1502, em troca de doze ducados de ouro. As coisas que tu sabes!, exclamei siderado. E ela, divertida e oracular: se há dias para nanines também há dias para cantinices. Para Portugal mais bem se conhecer e para conhecer o seu futuro é preciso viajar para o passado?, arrisquei afoito. Bingo!, alto aí!, pensa!, não foi viajando para o passado que os cientistas descobriram que a idade do Universo é 13, 7 mil milhões de anos? Só me falta ouvir-te apregoar que nanices e cantinices são dois mundos paralelos, disparei azougado. Óbviamente que são, são uma sinfonia de cordas e a compositora da sinfonia sou eu, trauteou ao de leve e sem se desmanchar, e ainda sussurrou: amanhã passado, falaremos de plotinices (enéadas, p.214). Sem apelo e nem agravo, embatuquei uma outra vez, que sina a minha!, nanices e cantinices e plotinices!, que mais irá acontecer?!

Adenda..., com memória.

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares