Depois de Bertrand Russell, devaneando...

Ontem, por curiosidade inata, por dever de ofício talvez, por desejo de mais bem saber o que por aí vai neste mundo desalmado quiçá, dei comigo a (re)ler Bertrand Russell e a conversar comigo, a ideia de um discurso interior (um tópico empolgante de pesquisa) ganhou fama pela mão do psicólogo Lev Vygotsky, adiante. Cada vez mais me convenço que devo (sempre) regressar a Bertrand Russel para entender o mundo que ele abandonou em  02 de Fevereiro de 1970 e para abrir portas e janelas ao mundo novo que começou em 03 de Fevereiro de 1970. Essas datas, qual será o feitiço que nelas se esconde?, fez saltar uma fagulha imperativa com uma mensagem escrita: deves reler sentenças do Bertrand Russel. Assim fiz, e escolhi estas:

- Uma vida boa é aquela inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento;

- A causa fundamental dos problemas no mundo de hoje é que os estúpidos são convencidos enquanto os inteligentes são cheios de dúvidas;

- Na vida nunca se deveria cometer duas vezes o mesmo erro. Há bastante por onde escolher;

- Moralistas são pessoas que renunciam às alegrias corriqueiras para poder, sem culpa e recriminação, estragar a alegria dos outros;

- Inveja é a base da democracia;

- As ciências desenvolveram-se na ordem inversa ao esperado: o que estava mais longe foi trazido primeiro para o domínio da lei e, depois, o que estava mais perto. Primeiro foi o céu, depois a terra. Em seguida, a vida animal e vegetal. Finalmente, foi a vez do corpo humano e, por último, da mente humana - até agora, muito imperfeitamente.

Li, com música alegre em fundo, uma após outra sentença através do espelho da memória na consciência, e em circunlóquio ouvi-me dizer: numa e noutra e naqueloutra percebem-se os andaimes, adivinham-se os pilares e, na ortografia do tempo (tudo flui), descobrem-se os jeitos especiais de um mundo novo que também assim já expressei em devaneio saboroso. E sim, há muito sei que só a beleza salvará o mundo. O mundo novo, quando nasceu, começou com música de órgão e pétalas de silêncio a embalar um coração-poesia faminto de luz, só pode ter sido assim, aposto singelo contra dobrado.

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