Poderá a inteireza do ser e do tempo morar numa única frase?

 













Há dias (e hoje é um deles), há dias em que vale a pena aceitar um desafio, o desafio de numa única frase resumir um livro, quer arriscar? Pela certa estou a dormir e a sonhar profundamente, disse de mim para comigo quando ouvi a pergunta. Sendo certo que a voz me não era estranha, arrisquei: e o livro é? O livro é "O ser e o tempo" de Martin Heidegger; se decidir arriscar, inspire-se nesta imagem de JR Korpa "Sin City". Demorei-me na imagem (acima) e, sabendo da dificuldade em resumir um livro numa frase, tentei ganhar tempo: amanhã passado lhe direi. É sempre para mim que sobram os desafios, que sina, suspirou ela, aí a tem uma frase que resume o livro do Heidegger (e olhe que eu não vou à bola com esse Martin Heidegger, temos umas contas a ajustar), oiça e pense: "O ser humano tem de admitir que não é ele (ser humano) que constrói o tempo - o tempo atravessa-o como um rio - e que nem é ele (ser humano) que constrói o ser - e o ser só algumas vezes se lhe mostra - , eis porque ao ser humano apenas sobra afrontar a misteriosa perspectiva da sua morte...". Pode lá ser, exclamei extasiado, na frase está o livro todo, céus, como é que conseguiu? Alto aí, interrompeu-me, deixe de utilizar expressões minhas, "pode lá ser" e "céus" são minha propriedade intelectual; concentre-se, isso sim, na imagem e na frase e saberá mais bem pensar e dizer e agir, tenha um bom dia e pense em mim.

Adenda

... com memória e memória e memória.

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