O que é (ou poderá ser) uma escola apaixonante? Alguém sabe?

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Esta notícia - a ser verdade o que nela consta - é muito preocupante; ainda que, à primeira vista, pareça ser um imperativo sério, nos tempos que correm, o recurso ao "digital". Vamos por partes. É deveras preocupante o que na notícia se refere, porque: (1) se tenta obnubilar o facto de - neste ano lectivo - haver milhares de alunos sem aulas presenciais e sem acesso (ou com acesso deficiente) à internet e sem apoios específicos: (2) se tenta esconder o facto de este tempo de pandemia Covid-19 estar a confirmar (à sociedade e à saciedade) que o denominado "ensino on line" não funciona; (3) se ignora, ostensivamente, um processo que já se iniciou, o processo de autonomia das escolas, a flexibilização curricular, o projecto de "sala de aula do futuro" (que aqui se inspirou, especifícamente aqui); (4) se passa por cima de algo que é muito importante, seja, o governo deveria aproveitar este tempo (e o momento): para (i) anunciar o retorno a aulas presenciais e a redução de alunos por turma facilitando assim processos de inclusão; para (ii) anunciar a melhoria dos vencimentos de todos os profissionais e a requalificação de escolas há muito tempo degradadas; para (iii) dar conta de que o modelo de uma escola humanizada é uma escola presencial que implica também, além de horas para os conteúdos curriculares, horas para múltiplas actividades culturais de opção, de tal forma que durante as actividades curriculares e as atividades não curriculares alguns talentos apareçam, se mostrem, se acarinhem, se desenvolvam.

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Se, por qualquer razão que seja (incluindo a má fé), o que na notícia consta (sendo verdade) caminhar para um determinado tipo de "transição para uma escola digital" que possa (Deus nos acuda!) substituir as escolas pelas casas dos pais dos alunos e pelas casas dos professores, então algo vai muito mal neste país à beira mar plantado. Acaso alguém tem uma ideia (por mais pequenina que seja) do que acontecerá a crianças com necessidades especiais e/ou específicas?

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Para concluir, em jeito de provocação: 
- evitar nas escolas - uma escola de futuro quer-se apaixonante - a utilização de todo e qualquer "aparelho tecnológico" de aprendizagem, talvez fosse o melhor que poderia acontecer: para dar tempo e espaço a uma verdadeira educação básica humanizada e para combater a já rotulada "barbárie tecnológica" que se avizinha a passos largos.

Adenda 1
Com memória ..., e com Ken Robinson a explicar..., e também Francisco Mora.
Adenda 2 (12/06/2020)
Efeitos da privação social no desenvolvimento do adolescente e na saúde mental.
Adenda 3 (17/06/2020)
Muito bem!
Adenda 4 (18/06/2020)
A ter em conta...