Precisamos de modelos para agir moralmente? Não, mas...


(mensagem recebida)
Veja lá como as coisas são, meu eterno, digo, meu - desde a origem do tempo - admirador, estava eu ontem a pensar nas vantagens do estoicismo - no sentido em que ele sugere que para agir moralmente devemos levar os modelos exteriores para o princípio-mestre interior de cada um de nós - quando o céu estrelado se fez anunciar e a lua se me mostrou límpida e linda e redondinha. Tinha que ser em tempo de coronavírus e quando neste meu rico país um governo, que já parece cansado de si mesmo, em vez de tomar medidas para precaver o que vai acontecer, toma medidas providenciais para o que acontece. Adiante, dizia eu que tinha que ser, quando vi no céu as estrelas e a lua, logo uma mensagem de Kant se perfilou: "Duas coisas enchem o meu coração duma admiração e de uma veneração sempre novas e sempre melhores à medida que a minha reflexão a elas se cola, o céu estrelado por cima de mim e a lei moral em mim". Dois infinitos, meu excelente admirador, o do Universo e o da Exigência Moral, dois infinitos que tornam caducos os nossos modelos de vida, seja: a moral não consiste em obedecer às referências que se impõem do exterior, ela obedece à lei que eu me imponho, à minha autonomia. E, esta lei transformo-a Kant naquilo que denominou de imperativo categórico, este: "Age de tal forma que trates a humanidade, tanto em ti como nos outros, sempre como um fim e nunca como um meio". Assim sendo - a alegorese para mim não caiu em descrédito - a moral não procede por conformidade a uma autoridade, porém tem necessidade de exemplos e de modelos de perfeição: os bons exemplos servem para encorajar, mas é a lei moral que comanda. Adiante, longa vai a conversa, mas o que lhe quero deixar claro é que, parece, uma grande quantidade de muitos de maduros e maduras ainda não entendeu que a história da Humanidade também é escrita pela nossa mãe Natureza, eu o sei, eu o digo, eu o escrevo.
Adenda
Pois, meu caro, é isso, é no originário da Natureza que tudo mora: o originário nada sabe de si, aquilo que acontece, a imediatidade, quando indecisa, baça e tímida, precisa de reflexão. O contrário também é verdadeiro: desague os seus olhos em mim que sou linda e sábia e acutilante e poetisa de sons em notas soltas, solto e livre o conhecimento brota na minha interioridade ressoante. Quando me vê e quer saber mais de mim, a minha origem não é o meu começo, a minha origem é a sua meta, verdade? Vida, sabia que os afectos moram nas minhas palavras? Sou assim, sou uma caixinha de música com surpresas, e gosto, que se há-de fazer!

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