Um desenho é uma ilha no tempo, sem passado e sem futuro...
Sugestão (inspirada em Georges Perec) para provocar pensamentos: imaginem
um mundo em que causa e efeito são aleatórios. Umas vezes é a
primeira que precede o segundo, outras vezes o segundo que precede a
primeira. Ou talvez a causa esteja para sempre presa ao passado, e o
efeito preso ao futuro, mas o futuro e o passado sejam permutáveis.
Adenda
(mensagem recebida)
Céus,
meu caro filósofo e meu admirador, por esta sua sugestão (depois de observar a imagem com lupa polida) não estava eu à espera. Vou primeiro ao meu terraço de
horizonte-água respirar o perfume de violetas brancas, de rosas
almiscaradas, dos tapetes de goivos (ontem a onagra vespertina quebrou o silêncio), e logo depois, caderninho
argolado para que te quero, vou rabiscar um desenho com a sua
sugestão a latejar na minha cabeça, ver-se-á o que aparece. Ponto.
Sou assim, que se há-de fazer, de nascença. Mas, Mãe de Deus, Nossa Senhora da
Inteligência Perdulária, pergunto-lhe já: por detrás da sua bizarra sugestão de hoje está um mundo acausal? Se sim, vida, descobri, uma frase feita é um silêncio às avessas e a imprevisibilidade é
a alma de mim e mora no meu caderninho argolado, gosto e gosto e gosto!
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