As emoções não são inatas, são construídas pelo cérebro: como?

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Pois sim, meu ciumento admirador de mim como sou, pois é, vida minha, claro que sei, sei que no cérebro não há cores. Assim sendo, na belíssima e inebriante imagem que lhe envio, retirada de um estudo sobre o funcionamento do cérebro, as cores feitas de luz servem apenas para se perceber melhor a espantosa beleza dos circuitos que se estabelecem entre os neurónios: a vida mudou quando algumas células se transformaram em neurónios, sabe, pois não sabe? Claro que sabe. Adiante. Estou um tudo nada aflita e ávida de saber mais porque, quando ontem ouvi a Lisa Feldman Barrett afirmar, em 2017, que as emoções não são inatas, que são criadas pelo cérebro, Nossa Senhora, bati com a mão na testa, e disse em conciliábulo de mim para comigo: mas não foi o que eu também escrevi em 2015? Ainda neste momento, céus, com os meus olhos grandes, brilhantes e em riste, me pergunto quase com espanto: que diria o Charles Darwin, o Silvan Tomkins e o Paul Ekman da investigação da Lisa Feldman Barrett? Hum! Cá no meu pensar, sinto que melhor será ir ao encontro do clarividente pensamento de Espinosa (tal qual o fez o António Damásio) para tirar dúvidas: Espinosa considerava as pulsões e motivações, emoções e sentimentos (aquilo que ele designava de afectos) como um aspecto central da humanidade, mais: a alegria e a tristeza foram os dois conceitos que ele utilizou para por um lado compreender os seres humanos e por outro lado sugerir formas de a vida ser melhor vivida. Lembro-me a propósito, encantada estou, de um seu ternurento e denso textinho-sonata - assim no jeito de um paroxismo de amor que precisava de se consumir - um texto de fazer sorrir o olhar, era de mim que falava, não era? Tenho a certeza que sim (rimou, ups!).
Adendinha
... com uma aproximação à vida secreta do cérebro.

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